Brasil Cidade 193 pessoas foram resgatadas de trabalho escravo nos últimos quatro anos na capital do país Redação17 de maio de 2023095 visualizações Em quatro anos, 193 trabalhadores foram encontrados em condições analogas à escravidão no Distrito Federal. No Centro-Oeste, o DF ocupa a terceira posição no ranking de trabalho escravo, ficando atrás de Goiás, com 642 casos, e Mato Grosso do Sul, com 308. Os dados, referentes ao período entre 2019 e 2022, são do Portal de Inspeção do Trabalho e englobam situações de trabalho rural e urbano. Segundo informações do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2022 o Distrito Federal teve redução de 77% nos casos em relação a 2019. Cenário nacionalEm 2022, o Ministério do Trabalho e Emprego resgatou 2.575 trabalhadores em condições análogas à escravidão em todo o país. De 20 estados fiscalizados, 16 apresentaram casos. Um relatório feito pela pasta apontou que a maior parte das pessoas resgatadas eram homens entre 30 e 39 anos. De acordo com o documento, em 2022 foram encontrados 148 migrantes em condições analogas a escravidão, o dobro em relação a 2021. Já este ano, o governo federal afirmou que ainda não houveram casos registrados no Distrito Federal. Entre janeiro e maio, 1.201 pessoas foram resgatadas. Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo foram os estados com maiores índices. Trabalho escravoPelo Código Penal Brasileiro, alguém está em trabalho analogo à escravidão quando há exigência de a jornadas exaustivas ou trabalhos forçados, com condições degradantes e a restrição de locomoção do trabalhador. “É importante saber que não é apenas a ausência de liberdade que faz um trabalhador escravo, mas sim de dignidade, quando trabalha sob condições degradantes e subumanas”, disse a advogada especialista em direito do trabalho Paula Borges. Para ela, a falta de informação pode contribuir para o crescimento do índice do trabalho escravo. “Grande parte faz parte de pessoas que vem de lugares mais humildes procurando melhoria de vida e acabam sendo explorados”, disse. A pena para quem comete o crime é de dois a oito anos de prisão e multa, além da punição correspondente à violência praticada contra os trabalhadores. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, 23% dos trabalhadores resgatados declararam ter estudado no máximo até o 5º ano do ensino fundamental, outros 20% haviam cursado do 6º ao 9º ano e 7% se declararam analfabetos. No final do ano passado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 14 trabalhadores rurais em condições análogas à escravidão de duas propriedades de Sobradinho, no Distrito Federal. Na operação, três homens foram presos em flagrante pelos crimes de submissão a trabalho escravo ou a condição análoga e tráfico de pessoas. Segundo a polícia, a atividade principal estava ligada à horticultura e fruticultura. Lista sujaEm abril deste ano, o governo federal divulgou a atualização de empregadores flagrados utilizando mão de obra análoga à escravidão. A lista inclui 132 novos empregadores, entre pessoas físicas e jurídicas. O cadastro apresenta dois empregadores do Distrito Federal com endereços em Ceilândia.