Baby blues: saiba a diferença entre a condição enfrentada por Lore Improta e a depressão pós-parto

por Redação

A dançarina Lore Improta, mulher do cantor Léo Santana, revelou recentemente ao Vênus Podcast que passou pelo quadro de “baby blues” após o nascimento da primeira filha do casal, Liz.

Ao programa, a dançarina contou que chorava o tempo todo. “Basicamente, eu chorava por tudo. Não tinha um porquê de eu estar chorando. Minha família estava comigo, minha filha estava com saúde, meu marido estava ao meu lado, nada me faltava. Eu tinha tudo e entrava em uma cobrança […]. Então, você ainda se culpa de você estar chorando, de você estar triste, de você estar se sentindo mal, e não conseguir identificar o porquê”, desabafou.

De acordo com a psiquiatra Julia Trindade, membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o baby blues também pode ser conhecido como uma “tristeza pós-parto”, sendo considerada uma condição emocional relativamente comum, já que afeta muitas mulheres no puerpério.

“Estima-se que de 50% a 80% das mulheres passem por algum grau de baby blues nos primeiros dias ou semanas após o nascimento do bebê”, explica a psiquiatra.

O psicólogo Yuri Busin acrescenta que o quadro pode ter também caráter hormonal.

“As mudanças hormonais que ocorrem após o parto, a privação de sono, o estresse relacionado ao cuidado do bebê, as adaptações na rotina e as alterações na vida familiar podem contribuir para o surgimento do baby blues”, afirma Julia sobre as possíveis causas do baby blues.

O psicólogo alega que o baby blues pode ser considerado uma “depressão mais leve”, havendo a necessidade de maior atenção ao humor da mulher após o nascimento da criança.

Julia explica que a depressão pós-parto é uma condição mais grave e duradoura que o baby blues, sendo um transtorno de humor clínico, que pode durar de semanas a anos, caso não seja tratado.

O psicólogo classifica a depressão pós-parto como uma falta de resposta para o mundo, como se a mulher não tivesse força para responder aos estímulos.

“Tristeza é um dos sintomas, mas essa ‘vontade de’ simplesmente desaparece. Então nada dá prazer, é apática, tem alterações no sono e no apetite. Isso pode impactar muito a mãe e, principalmente, o bebê.”

O diagnóstico é feito por psiquiatras, com acompanhamento psicológico aconselhado.

Já o baby blues é caracterizado pela oscilação de humor entre a tristeza, ansiedade, irritabilidade e sensibilidade emocional, com choro frequente sem motivação aparente, fadiga e falta de concentração. O quadro costuma aparecer nos primeiros dias após o nascimento do bebê, e tende a desaparecer espontaneamente em cerca de duas semanas.

O diagnóstico é feito por meio dos relatos da mãe à equipe de saúde, que descartará se existem outras condições psicológicas mais graves ou outras condições médicas. Caso o quadro persista após esse período, é recomendado que as mães busquem ajuda profissional para investigar se há ou não uma evolução para a depressão pós-parto.

O tratamento do baby blues envolve suporte emocional, podendo incluir aconselhamento e grupos de apoio, além de tempo para que a mãe possa se cuidar e descansar adequadamente.

Embora não exista prevenção, a psiquiatra recomenda algumas atitudes para reduzir o risco ou intensidade dos sintomas, como ter apoio emocional familiar, do parceiro e de amigos; descanso ao máximo após o parto; evitar estresse; compartilhamento de tarefas relacionadas ao bebê; ter uma alimentação saudável; e prática leve de exercícios após a liberação médica.

Fonte: r7

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