Em visita ao aeroporto, prefeito cobra ações efetivas do governo federal sobre afegãos

por Redação

O prefeito de Guarulhos, Guti, esteve na tarde desta terça-feira (27) no Aeroporto de Guarulhos, onde visitou os refugiados afegãos que estão acampados no local. Neste momento há 206 aguardando por algum tipo de acolhimento, que é de responsabilidade do governo federal. “Viemos acompanhar o trabalho que nossas equipes estão fazendo para garantir um atendimento digno para este povo, que foi obrigado a fugir de seu país”, afirmou.

A Secretaria Municipal de Saúde detectou na semana passada um possível surto de escabiose, conhecida também como sarna. Guti aproveitou para cobrar medidas efetivas por parte da União, responsável pela emissão de vistos humanitários. “É uma medida justa. Mas precisamos que o governo federal adote medidas práticas. Guarulhos está fazendo o que pode, mas os demais entes precisam assumir suas responsabilidades”.

O prefeito defende que Guarulhos seja reconhecida como cidade fronteira a fim de estabelecer políticas públicas permanentes no acolhimento de refugiados.

Guti afirmou também que pode recorrer à Corte Ibero-americana de Direitos Humanos para exigir que o governo federal se responsabilize pela demanda que ele mesmo criou.

Ações de saúde

A Prefeitura de Guarulhos, pela Secretaria da Saúde, tem realizado semanalmente ações de saúde no Aeroporto Internacional. Na última quinta-feira (22) foram diagnosticados os primeiros casos de escabiose, um total de três confirmados, e foi feita a distribuição de medicamentos orais para 165 afegãos. Como se trata de doença altamente transmissível, essa medida foi tomada pelos médicos de forma estratégica dadas as condições de higiene insatisfatórias, uma vez que não há local para banho, o que impossibilita uma higienização pessoal adequada.

As equipes de saúde do município continuam acompanhando o surto e prestando todas as orientações necessárias para a interrupção da cadeia de transmissão, bem como das medidas preventivas para que não surjam novos casos. Com relação a outras patologias (dores nas costas, ansiedade etc.) pode acontecer eventualmente sem uma necessidade de constatação pelos médicos municipais, mas existe um trabalho preventivo, como a aplicação de vacinas contra a Covid e a gripe.

Acolhimento

Neste momento há 206 imigrantes afegãos no aeroporto. Guarulhos possui atualmente 177 vagas para acolhimento de migrantes e refugiados, sendo 127 geridas pela municipalidade e outras 50 pelo governo estadual. Todas estão ocupadas.

A Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social está em contato com os governos estadual e federal e também com instituições parceiras buscando vagas para acolhimento, mas no momento não há previsão. Enquanto isso, todos os afegãos no aeroporto recebem três refeições diárias da Prefeitura, além de água e cobertores.

O prefeito Guti protocolou no último dia 13 mais um ofício junto ao Ministério de Portos e Aeroportos solicitando apoio para as demandas criadas pela crise humanitária em Guarulhos. A intenção é reforçar a solicitação de reconhecimento da cidade como fronteira do Brasil e de um maior apoio financeiro para a alimentação daqueles que permanecem no aeroporto aguardando acolhimento.

Imagens: Divulgação/PMG

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