Como o São Paulo dominou o meio e abriu vantagem na Copa do Brasil

por Redação

O São Paulo fez um jogo cirúrgico na importante vitória por 1 a 0, em pleno Maracanã, no jogo de ida das finais da Copa do Brasil.

O Tricolor dominou a primeira etapa e não conceceu uma única chance de gol ao Flamengo. Com a vantagem no braço, o time amarrou o jogo no segundo tempo e fez um jogo de segurança e estratégia.

O controle do São Paulo teve um setor de destaque: o meio-campo. Alisson foi o melhor do jogo e Pablo Maia mostrou que é titular absoluto com uma atuação segura. Nestor foi fundamental, e Lucas Moura novamente foi bem em seu retorno.

Os quatro conseguiram criar superioridade numérica na marcação do Flamengo.

Toda a equipe executou bem o que Dorival planejgou para o jogo: chamar a pressão do Flamengo para o próprio campo e abrir espaço na defesa. Alisson e Maia jogaram bem próximos, alinhados. Eles tocavam bola e chamavam a pressão dos dois volantes do Flamengo, que subiam para tentar roubar a posse. Veja na imagem esse movimento acontecendo com Gerson e Victor Hugo mais avançados até do que Pedro.

Esse momento de construção das jogadas tinha Rafinha um pouco mais recuado com os zagueiros e Caio Paulista bem aberto, jogando na linha lateral como um atacante – guarde essa informação.

A tática de atrair a pressão e ir trocando passes encaixou direitinho com a estratégia de Sampaoli, que posicionou Gabigol e Bruno Henrique pelos lados. Nenhum deles tem o costume de voltar até a defesa. Isso fazia o São Paulo ter Nestor e Lucas Moura no mesmo setor de Erik Pulgar: são dois contra um.

A situação que o São Paulo criou se chama superioridade numérica. É ter mais jogadores que o seu rival em um determinado setor para dificultar a marcação e possibilitar que algum deles saia livre, sem marcação, com a bola. Uma das mudanças de Dorival em sua chegada foi posicionar Nestor como um “falso-ponta”, que começa pelo lado e se movimenta pelo meio, causando surpresa para o primeiro volante rival.

Lembra de Caio Paulista? Como Gabigol não voltava, ele encontrava um espaço imenso para apoiar e foi a principal arma de inversões de lado. Segundo estatísticas da Opta, Caio recebeu sete inversões de jogo no primeiro tempo. Corria e tocava a bola no espaço, nas costas do lateral ou com a defesa do Fla toda desorganizada.

Com a vantagem no braço e vendo Éverton Ribeiro desfilar em campo, Dorival prendeu o São Paulo na segunda etapa. Welington entrou para segurar mais o lado esquerdo, Gabriel Neves reforçou a marcação e as cinco substituições deram fôlego para suportar a pressão do Flamengo. Até o empate não seria um resultado ruim, o que não foi o caso.

No fim, foi uma daquelas partidas que entrará na história recente do clube como um exemplo de como um elenco com bons valores e um treinador de visão e qualidade podem produzir: um jogo cirúrgico.

Mas nada está decidido. Os dois clubes voltam a campo, dessa vez no Morumbi, para definir quem é o campeão da Copa do Brasil de 2023.

Fonte: G1

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