Novembro Negro traz exposição fotográfica de Chico Max sobre diversidade de crenças

por Redação

Dentro da programação do Novembro Negro GRU2023, a Prefeitura de Guarulhos traz a exposição audiofotográfica Deus Existe?, do fotógrafo, diretor de arte e psicólogo Chico Max para a Biblioteca Monteiro Lobato, no Centro. A mostra foi aberta ao público nesta quinta-feira (16) e pode ser conferida até o dia 30 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. A exposição é livre e gratuita.

O espaço reúne 22 retratos de pessoas em momentos de expressão de fé, em púlpitos e altares, de diferentes crenças como espiritismo, catolicismo, culto orunmila ifá (de matriz africana), umbanda, wicca, catolicismo, mórmon, santo daime, indígena tupi-guarani, pentecostal, hare krishna, igreja anglicana, quimbanda, islã, metodista, xamanismo, ateísmo, budismo, judaísmo, gé bahé e paz (bahaísmo), ananda marga, candomblé Ilê Olá Omi Ase Opo Araka e evangélicos.

Junto às imagens há um QR Code que permite ao visitante acessar o áudio com a explicação dessas pessoas sobre a existência de Deus, como é a sua fé, de que maneira é vivida e como é vista a fé do outro.

“A exposição Deus Existe? converge com nosso objetivo de construção do fórum de liberdade religiosa. Estamos trilhando um caminho junto aos vários líderes espirituais de Guarulhos para compor um espaço em que seja possível encontrar pessoas e caminhos na promoção da liberdade de crença”, destacou a subsecretária da Igualdade Racial, Andreia de Andrade.

A mostra reafirma a possibilidade da coexistência pacífica entre as religiões, de acordo com a presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB Guarulhos, Paula Moutinho. “A reunião de diversos representantes de organizações religiosas nos dá a esperança de que é possível o respeito e o convívio na sociedade”, disse a advogada, acrescentando que a liberdade religiosa é um direito constitucional. “Trata-se de uma garantia também assegurada nos tratados internacionais”.

A importância cultural da iniciativa foi lembrada pelo o representante da Organização Cultural para o Desenvolvimento das Casas de Matriz Africana (Ocdema), o babalorixá Pai Kleber Maia. “A exposição é o máximo. É de um enriquecimento não só religioso, mas cultural que dissipa a intolerância religiosa, porque apresenta os diversos segmentos étnico-religiosos do país”, disse.

Liberdade de crença

A proposta do fotógrafo é desmistificar a intolerância, celebrar o respeito à diversidade de crenças e apresentar ao público a beleza dessa pluralidade, incluindo a liberdade de não ter crença. “Busquei captar o instante de conexão com o divino que expressasse o genuíno sentimento de fé nos ambientes de cada um dos retratados”, explicou Max, que é agnóstico.

A escolha do tema, segundo o artista, veio do mistério da fé e do desconhecimento da população sobre as religiões, o que gera a violência. “As pessoas têm percepção de que só há uma verdade e a tentativa de monopólio desse mistério sempre me intrigou”, justificou o fotógrafo, que levou nove meses para executar o projeto.

Novembro Negro

Coordenado pela Subsecretaria da Igualdade Racial, integrante da Secretaria de Direitos Humanos, o Novembro Negro GRU 2023 busca refletir e debater o racismo e a promoção da igualdade racial com diversas atividades ao longo do mês, incluindo rodas de conversa, visitas monitoradas e atividades culturais.

Neste domingo (19), às 19h, será encenado o espetáculo teatral gratuito Eu e Ela – Visita a Carolina Maria de Jesus, com direção da atriz Dirce Thomaz, no Teatro Adamastor (avenida Monteiro Lobato, 734, Macedo). Ele se baseia no livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus. A apresentação é livre e aberta ao público em geral.

Já na segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra, será realizada a 18ª Marcha da Consciência Negra, que irá percorrer importantes vias e pontos históricos que marcam a presença negra na cidade. A concentração acontece a partir das 9h no Marco da Consciência Negra (na confluência das ruas Lucila, Anita Guastini Eiras e Arminda de Lima – próximo à praça dos Estudantes), no Centro.

A Biblioteca Monteiro Lobato fica na rua João Gonçalves, 439, no Centro.

Fotos: Márcio Lino/PMG

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