Na última semana, a Prefeitura divulgou que o PIB per capita de Guarulhos teve um crescimento de 18,98% entre 2016 e 2019, superando as cidades de Campinas (11,1%) e Osasco (7,92%). Na ocasião, o prefeito Guti deu a seguinte declaração: “Os números positivos da cidade mostram que Guarulhos tem sido, nos últimos anos, um local favorável a investimentos e cuja população tem observado uma qualidade de vida cada vez maior”, disse.
No entanto, mesmo com o crescimento anunciado, a Secretaria de Educação da cidade, que tem orçamento estimado na casa de R$ 1,1 bilhão para investir no setor, curiosamente está pagando R$ 23,8 milhões para a construção de duas escolas de madeira para abrigar os alunos da rede municipal de ensino. Localizadas no Primavera e Acácio, as obras estão sob reponsabilidade da Construtora Sandin LTDA.
Preocupado com a segurança do filho, um pai procurou a Voz de Guarulhos para denunciar: “Meu filho estudava na escola Mário Lago, aqui no Primavera. A escola era antiga e não estava boa, mas pelo menos não era de madeira. Estou com medo, pois nessa região cai muito balão. Quem me garante que meu filho está segura dentro de um local que pega fogo com tanta facilidade”, questiona sob anonimato.
A reportagem também conversou com o pai de uma aluna que deverá ocupar uma das salas de aula do complexo educacional no Acácio. “Sempre pedimos a prefeitura para tirar nossas crianças do Jean Piaget por ser uma escola de lata. No frio e calor os meninos sofrem do mesmo jeito. Mas eu não sabia que iriam construir uma de madeira para eles. Quem vai fiscalizar se minha filha não corre perigo. Sinceramente, já conversei com minha esposa e pretendemos mudar nossa filha de escola”, explica.
Sem AVCB
Além da surpresa que as construções tem causado a pais e moradores das duas regiões, um outro agravante preocupa os responsáveis pelas crianças. No início do ano, em audiência na Câmara de Vereadores, o secretário de Educação, Alex Viteralle, foi claro ao afirmar que nem todas as escolas de Guarulhos tem o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). O documento, entre outras coisas, atesta que o estabelecimento (nesse caso as escolas) estão preparadas para garantir segurança a seus frequentadores, por exemplo, em casos de incêndio.