Primeiro de janeiro de 2024.
Veio a confirmação do óbvio.
Carlo Ancelotti não aceitou comandar a Seleção do Brasil.
Ainda mais depois que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, viveu uma grave crise política.
Chegou a ser afastado do cargo e não havia a menor certeza de que seguiria.
Foi a pá de cal.
O italiano desistiu de vez do acordo verbal, que realmente havia feito.
Ednaldo voltou ao cargo.
E logo tratou de avisar, no dia 5 de janeiro, que o interino Fernando Diniz estava demitido da Seleção.
Os vexames foram pesados demais.
Deixando o Brasil em sexto lugar das Eliminatórias.
Começava a derrocada.
O ‘dinizismo’, termo inventado pela festiva mídia carioca, se derretia.
O último canto do cisne foi a conquista da Recopa Sul-Americana, diante de uma LDU mais que enfraquecida.
Depois, chegou a realidade.
O técnico, que insistia em implantar o esquema tático usado por Pep Guardiola, no Barcelona, 14 anos antes, percebeu o que se passava.
Suas equipes não tinham variações táticas.
E a maneira de montar sua estratégia foi decorada até por garotos de dez anos.
Quanto mais por treinadores rivais.
Seu time saindo com a bola dominada, para quebrar a primeira linha de marcação adversária, com a movimentação dos jogadores do lado onde a bola estava, a pressão adiantada, com a zaga tentando encurtar o campo.
Tite tirou o Fluminense, com facilidade, da final do Carioca.
Matou sem sofrimento o sonho do tricampeonato tricolor.
Depois veio o Brasileiro.
Sem conseguir mudar a forma de jogar, vieram as derrotas, mais vexames.
E a diretoria, que havia antecipado sua renovação de contrato até dezembro de 2025, optou pela demissão sumária.
O clube era o lanterna do Brasileiro, com risco absoluto de rebaixamento.
Os ‘dinizistas’ sumiram com velocidade espantosa.
Desempregado, Fernando Diniz chorou ao ser mandado embora das Laranjeiras.
Era o dia 24 de junho.
Dois meses e quatro dias depois, segue sem trabalho.
Mas nesta quarta-feira vazaram vídeos de Fernando Diniz gritando e orientando garotos universitários.
Cobrava forte como cobrava Neymar, Vinicius Júnior…
Sem convites de grandes clubes, ele sentiu falta do futebol.
E atendeu ao pedido do seu filho mais velho, Felipe, que estuda Medicina.
Foi treinar o time da Associação Atlética Acadêmica Manoel de Abreu, da Santa Casa, de São Paulo.
A equipe vai disputar a Intermed, torneio entre faculdades de Medicina.
O treino foi ontem.
Antes, dele conversou com os futuros médicos.
Douglas Neves, o treinador ‘de verdade’ da equipe, revelou que a postura de Diniz foi séria, como se comandasse uma equipe profissional.
Fernando Diniz pode se animar porque já tem novo treino marcado.
Será, desta vez, na equipe de outro filho, Thiago, na Fundação Getúlio Vargas.
Tanto Felipe como Thiago tentaram ser jogadores profissionais, mas não conseguiram seguir carreira.
Chegaram a atuar na base do Juventus.
Fernando Diniz diz que está em férias.
E só voltará a trabalhar em 2025.
Mas, assim como Tite jurou que não trabalharia em 2023, se surgir uma grande equipe, o técnico encerrará seu descanso.
Por enquanto, nenhum clube importante se animou com o ex-treinador da Seleção Brasileira.
E atual campeão da Libertadores da América.
Mas sempre há torneios de alunos universitários…
Fonte: r7