Fórum debate ações antirracistas em escolas da rede municipal

por Redação

Com o tema Desafios e Possibilidades na Construção de uma Educação Antirracista, na manhã desta quinta-feira (21) coordenadores pedagógicos e gestores da rede municipal participaram de evento formativo no Teatro Adamastor. O fórum integrou a programação do Novembro Negro 2024, reunindo práticas pedagógicas que fazem parte do cotidiano das escolas no combate ao racismo, o qual deve ser enfrentado incansavelmente por toda a sociedade.

Iniciativa da Prefeitura de Guarulhos, o evento discutiu o trabalho realizado por meio do Grupo de Trabalho de Políticas para uma Educação Antirracista, dando ênfase à construção do site da campanha Todos por uma Educação Antirracista no portal da Secretaria de Educação (https://portaleducacao.guarulhos.sp.gov.br/wp_site/educacaoantirracista/), em que os educadores podem encontrar materiais informativos didáticos valiosos, entre outros recursos para a conscientização de alunos e comunidade.

“Este momento serve para nós reconhecermos e valorizarmos todo o processo de luta contra o racismo daqueles que vieram antes de nós, que abriram os caminhos, e daqueles que ainda seguem lutando, porque parar é impossível. Mesmo no século 21 o racismo ainda marca de forma contundente a vida das pessoas, o que vai se revelar nos processos de desigualdade e exclusão vivenciados pela população negra”, destacou Claudia Lucena, responsável pela Seção de Ações Educativas para Igualdade Racial e de Gênero da Prefeitura.

Antonieta de Melo, professora da rede municipal, compartilhou reflexões literárias e de resistência da escritora Elizandra Souza, com a poesia Calar o Grito / Gritar o Silêncio, e do poeta Sérgio Vaz. Com a escrita chamada textos marginalizados, o poeta periférico trouxe um aforismo necessário: “Pareça com aquilo que você acredita. Se não consegue, medita”.

Ações antirracistas

A abertura do evento contou com uma apresentação de dança das alunas da EPG Gilmar Lopes, com a música Canto das Três Raças, imortalizada na voz de Clara Nunes, resultado do trabalho interdisciplinar das professoras de educação física e língua inglesa. A obra emblemática, que celebra a riqueza da cultura brasileira, destaca a memória de um povo e sua resistência. “Na educação física, a riqueza dos ritmos dos movimentos afro-brasileiros é explorada como forma de reconhecer e valorizar as tradições e a resistência desse povo. Na língua inglesa, a análise cultural permite que os alunos conheçam manifestações artísticas africanas em países que a falam, conectando as lutas e as conquistas de comunidades de ascendência africana ao redor do mundo”, explicaram as professoras Liliana Crepaldi e Rita Alencar.

A formação seguiu com a apresentação de diversas práticas sobre o tema antirracista desenvolvidas nas EPGs D’Almeida Barbosa, Gilmar Lopes, Machado de Assis e Zumbi dos Palmares, representadas pelas educadoras Andrea Pereira, Liliana Crepaldi, Cacilaine Ribeiro, Thaís de Sá e Jéssica Lemos.

Durante as apresentações dos projetos, Andrea reforçou a importância do trio gestor para a concretização dessas práticas. “Diretor, vice e coordenador precisam estar unidos no mesmo propósito, conhecendo o projeto da escola para que tudo ocorra conforme o planejado. O nosso projeto Ligados pela Terra – Projetando Futuros Unificados foi acolhido, compreendido e desenvolvido por meio de um mapeamento das crianças negras da escola, reuniões de familiares e formações constantes”, relatou Andreia.

O fórum discutiu ainda a importância de alertar e desenvolver políticas afirmativas de forma processual aliadas ao projeto político-pedagógico nas escolas. “É fundamental para que estejamos sempre alerta, entendendo que o nosso lugar de educadores é um lugar de mobilizar mudanças”.

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