O mercado de influenciadores digitais no Brasil está em pleno auge, movimentando bilhões de reais anualmente e consolidando-se como uma das formas mais eficazes de publicidade. Celebridades como Anitta, Neymar Jr. e Virgínia Fonseca têm se destacado ao alavancar marcas em suas redes sociais, faturando verdadeiras fortunas com cada post. Mas quanto essas personalidades realmente ganham? E quais são as perspectivas para o futuro desse mercado em 2025?
Para entender melhor, o GLOBO conversou com Camila Silveira, especialista em marketing digital e autora do livro “Desvendando as Redes Sociais”. Segundo ela, o Brasil é um dos mercados mais rentáveis para influenciadores, com valores que variam conforme o número de seguidores, engajamento e nicho.
— Os influenciadores são, hoje, um dos pilares mais fortes da publicidade. A capacidade de criar uma conexão direta com seus seguidores torna a comunicação mais eficaz e personalizada, algo que os meios tradicionais dificilmente alcançam — diz.
Cifras milionárias: quanto ganham as celebridades digitais
De acordo com dados recentes da consultoria Influency.me, os valores cobrados pelos influenciadores brasileiros por uma única publicação patrocinada variam amplamente, dependendo do perfil:
Microinfluenciadores (10 mil a 100 mil seguidores): cobram entre R$ 500 e R$ 5.000 por post.
Médios influenciadores (100 mil a 1 milhão de seguidores): recebem entre R$ 5.000 e R$ 50.000 por publicação.
Grandes influenciadores (mais de 1 milhão de seguidores): valores vão de R$ 50.000 a R$ 500.000 por post, dependendo do nicho e engajamento.
Celebridades digitais e mainstream: nomes como Anitta e Neymar Jr. ultrapassam facilmente R$ 1 milhão por campanha publicitária, podendo chegar a R$ 2 milhões por post em casos específicos de exclusividade.
Segundo Camila, as cifras refletem a capacidade dos influenciadores de se conectarem diretamente com seus públicos, oferecendo uma publicidade mais direcionada e eficaz do que os meios tradicionais.
— O futuro do mercado de influência está na autenticidade e no conteúdo direcionado. Em 2025, veremos marcas apostando em parcerias mais estratégicas, com influenciadores alinhados aos valores e interesses do público. Plataformas emergentes e o uso da inteligência artificial serão grandes aliados para identificar talentos e medir resultados de forma precisa, mas a transparência será indispensável para manter a confiança do consumidor — adianta.
Exemplos de valores reais
Anitta: referência global, a cantora cobra cerca de R$ 1,5 milhão por post no Instagram, especialmente quando envolve marcas de renome internacional.
Neymar Jr.: com um alcance que supera 200 milhões de seguidores, o craque recebe entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões por postagem, que é da exclusividade do contrato.
Virgínia Fonseca: destaque entre as influenciadoras brasileiras, a empresária cobra, em média, R$ 800 mil a R$ 1 milhão por campanha, incluindo posts e stories.
Whindersson Nunes: no segmento de entretenimento, o humorista pode faturar R$ 500 mil a R$ 700 mil por postagem patrocinada.
Esses valores, no entanto, não incluem pacotes mais complexos que envolvem vídeos no YouTube, menções em outras redes ou eventos presenciais.
O que esperar de 2025?
Camila Silveira aponta algumas tendências que devem moldar o mercado de influenciadores nos próximos anos:
Conteúdo nichado e autêntico: “As marcas vão preferir influenciadores com maior conexão emocional com suas audiências. Áreas como sustentabilidade, saúde e tecnologia devem dominar.”
Novas plataformas: “Além de TikTok e Instagram, redes emergentes como Lemon8 e BeReal ganharão destaque em 2025.”
Maior uso de inteligência artificial: “Ferramentas de IA ajudarão marcas a identificar influenciadores com maior potencial de impacto, baseando-se em dados como retenção e comportamento do público.”
Regulação e transparência: “Os consumidores estão mais atentos à autenticidade. Regulamentações devem exigir que parcerias pagas sejam claramente sinalizadas.”
Empresas e influenciadores em alta
No Brasil, marcas como Magalu, Ambev e Natura continuam a liderar os investimentos no marketing de influência, enquanto nomes como Bianca Andrade (Boca Rosa) e Felipe Neto seguem relevantes, com contratos que frequentemente ultrapassam os R$ 500 mil por campanha.
Com projeções de que o mercado global de influenciadores atinja US$ 30 bilhões até 2025, o Brasil segue como um dos principais polos. Para Camila Silveira, “a combinação de autenticidade, criatividade e inovação será o diferencial para os influenciadores que querem se destacar nesse cenário competitivo”.
— A combinação de criatividade, inovação e conexão emocional será determinante para quem deseja se destacar nesse setor em constante evolução — conclui.
Fonte: OGLOBO