Brasil vai ingressar no fórum da Opep+, decide governo

por Redação

O Brasil vai aceitar o convite da Organização dos Países Produtores Exportadores de Petróleo (Opep) e ingressar no grupo de aliados do cartel, conhecido como “Opep+”. A decisão foi tomada nesta terça-feira (18).

🔎 Criada em 1960, a Opep reúne hoje 13 grandes países ofertantes de óleo no mundo como Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.

💡A sigla “Opep+”, com o símbolo de adição, inclui também os chamados “países aliados” — que não integram a organização propriamente, mas atuam de forma conjunta em algumas políticas internacionais ligadas ao comércio de petróleo e na mediação entre membros e não membros. É nesse grupo que o Brasil decidiu entrar.

O Brasil será o primeiro país a aderir à chamada “carta de cooperação” da Opep — fórum de discussão dentro da estrutura do cartel, do qual participarão os países da Opep e da Opep+.

Governo decide se entra na Opep+
O governo decidiu nesta terça aderir à Agência Internacional de Energia (IEA), à Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) e à Opep+.

“Isso gera alguma obrigação vinculante ao Brasil? Não. Literalmente não. Foi lida e relida na reunião do CNPE que é apenas uma carta, um fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo”, declarou Silveira.

Silveira deu as declarações após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) nesta terça.

“É apenas uma carta e fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo. Não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo”, declarou o ministro.

Ambientalistas criticam

Para Camila Jardim, representante do Greenpeace Brasil, com o anúncio da adesão à Opep+, o Brasil envia “o sinal errado para o resto do mundo”, sobretudo no ano em que o país sediará a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), em Belém (PA).

“Isso coloca o papel de liderança climática do Brasil em risco e, no mundo atual, essa é uma liderança que precisamos muito”, acrescentou Camila Jardim.

Pablo Nava, especialista em transição energética do Greenpeace Brasil, afirma que o mundo precisa “de novas estratégias” e não de voltar os olhos a “velhos esquemas” de exploração de petróleo.

“O Brasil não precisa ingressar na OPEP+ para ter sucesso em sua política internacional, em vez disso, poderia aprofundar suas relações com alguns desses países em outros fóruns multilaterais para ampliar os diferentes caminhos e modelos de transição energética, transição produtiva, e economia de baixo carbono, alinhados aos compromissos do Acordo de Paris”, declarou Nava.

Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, afirma que o anúncio do governo “expõe o negacionismo” em relação à emergência climática.

‘Também sou ambientalista’, diz ministro
Questionado sobre a repercussão entre ambientalistas da decisão do governo brasileiro de ingressar na Opep+, Alexandre Silveira disse também se considerar um “ambientalista”, e alfinetou:

“Quero saber o que está por trás disso, de chamar de contradição participar de um fórum para discutir transição energética”, completou Silveira.

Fonte: G1

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