O Bahia contou com noite iluminada de Jean Lucas para vencer o Boston River por 1 a 0, na noite desta quinta-feira, e se classificar para a fase de grupos da Libertadores. O Tricolor foi dono do jogo desde os primeiros minutos, pressionou, mas só conseguiu o gol do alívio na etapa final.
Na entrevista coletiva após a partida, o técnico Rogério Ceni celebrou a classificação e lembrou a caminhada desde a campanha de permanência na Série A em 2023.
- Fico muito feliz. É um jogo que não foi jogado só nos 90 minutos. É um jogo que vem desde dezembro de 2023, quando pouca gente acreditava que a gente estaria na Série A em 2024. É um jogo de resiliência de muita gente que passou por aqui, desde os gols de Cauly, Thaciano, Ademir, que mantiveram a gente na primeira divisão. Ano passado, os gols de Thaciano e Lucho que nos deram a classificação. Em 14 meses saímos de quase rebaixado para a Libertadores. Isso é sinônimo de melhoria e sucesso. Muita alegria hoje, mas agora vamos começar a nos preparar para o que vem.
Rogério Ceni também analisou o futuro do Bahia na Libertadores e até onde o time pode chegar. O sorteio da fase de grupos está marcado para as 20h (horário de Brasília) desta segunda-feira, e o Tricolor está no Pote 4.
- Acho que o Bahia hoje está entre as sete grandes equipes do futebol brasileiro, no sentido de representatividade na Libertadores. Agora vai depender de lesões, depender de uma troca ou outra na frente. O restante, no meio campo e de defesa, temos jogadores tranquilamente para fazer as trocas. Na velocidade no ataque nos falta um pouco, nos preocupa. Vamos tentar encontrar soluções. Vai depender do sorteio, precisamos ganhar experiência na competição. Mas vamos jogar desde o primeiro dia para tentar avançar. É nossa próxima etapa. No pote quatro de Libertadores você joga o jogo 1, 3 e 4 em casa. Pega o 5 e o 6 fora de casa. É muito pesado. O pote não tem privilégios. O jogo 2 e o jogo 4, é jogado contra o time do pote 1, em tese o melhor do grupo. No meio de tudo isso tem o Campeonato Brasileiro. É muito difícil. Eu tive três folgas em 66 dias. É difícil. E todo mundo quer também a Copa do Brasil. Mas hoje é dia de comemorar. Vamos para o sorteio na segunda-feira, que seja bom para a gente. Um grupo mais acessível para brigar em pé de igualdade.
Rogério Ceni agora tem mais um decisão pela frente, desta vez pelo jogo de ida da final do Campeonato Baiano. Neste domingo, o Tricolor encara o Vitória, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, às 18h (horário de Brasília).
Veja outros trechos da entrevista coletiva
Bloqueio do Boston e escalação inicial
- Importante pontuar o quanto o campo influencia. O gramado é fundamental para você entrar na área do adversário. Lá a gente teve cinco finalizações. Hoje o volume de jogo foi outro. A condição de grama boa faz o time com qualidade chegar mais vezes. A gente teve que arriscar na bola parada. Entendemos que sofreríamos menos escanteios. Então arriscamos mais por estar dentro de casa. Não é sempre que vamos conseguir arriscar só com dois zagueiros, mas hoje era um dia necessário. Por isso Gilberto começou. O jogo aéreo é fundamental hoje em dia. Quero destacar também os dois jogos sem sofrer gols. Não sofrer gols na Libertadores é muito importante.
Gols perdidos
- Quem me dera ter tantos Luchos assim, para se doar tanto dentro de campo. Perder gol é do jogo. O mais legal é analisar quantas chances criamos em uma noite de Libertadores. A bola entrar ou não é do jogo. Feliz da gente que tem um cara que perde gol, mas entrega tanto pelo time. Ele tem 21 anos, vai melhorar. Mais descansado vai fazer mais gols. Ele já fez muitos aqui. Fico feliz pela possibilidade de ter criado tantas oportunidades. Conseguimos furar um bloqueio que tinha sido muito difícil no jogo de ida.
Volta à Libertadores
- Acho que é o máximo que um clube pode ter na América do Sul. É especial para todos que trabalham aqui. Acho que isso mostra a força do Grupo City no mundo. Fico contente, é uma resposta muito rápida. Chegar é difícil, mas se manter é bem mais. Então temos que entender os pontos que precisamos melhorar. O jogo da Libertadores é muito pesado, não tem jogo fácil. Você vê um gigante do futebol brasileiro ficar fora da fase de grupos. Olha como o Boston River mudou em uma semana, veio com outra postura, jogou, tentou, dificultou muito nossa vida.
Invencibilidade em casa na Libertadores
- Acho que essa atmosfera se torna diferente desde a chegada do estádio. Hoje o torcedor cantou o tempo todo. Não tem como não ter energia, o que vem ali de fora é muito forte e contagia o atleta. Vaiar depois tudo bem, mas até o minuto 90 é preciso apoiar o tempo todo. Libertadores é isso. Tem que ser 90 minutos ligado no jogo. Jogos sempre grandes, muito pesados. O que direciona uma equipe é o Campeonato Brasileiro, que tem data final. Na Libertadores só um fica feliz. Olha o Atlético-MG, chegou em duas finais e terminou o Brasileiro com risco de rebaixamento.
Sequência da temporada sem semana livre
- O Erick faz o Jean Lucas ser melhor. Se o Jean Lucas cansar, hoje temos o Erick para entrar. São algumas características diferentes, o Erick é melhor no jogo aéreo, mas o Jean Lucas que fez gol de cabeça hoje. Temos mais opções, Iago está entrando no ritmo. Willian com Lucho no ataque.
Marcos Felipe
- Marcos foi escolhido para o jogo da altitude, foi bem e tem jogado. Mas isso pode mudar. Danilo pode ser titular na semana que vem. É um ótimo goleiro, bom de grupo, já jogou mais esse ano que o ano passado inteiro. Também foi importante para estarmos aqui hoje.
Saldo para o Ba-Vi
- Isso é completamente secundário, é para colocar pimenta em uma coisa. Não sou eu ou Carpini que ganha jogos. É o Vitória ou o Bahia. Hoje estamos cansados para domingo, mas esperamos estar recuperados. Vamos fazer uma escalação de acordo com a condição física de cada jogador. Precisamos vencer esse primeiro jogo porque sabemos a dificuldade que é jogar na casa deles. Contamos com o apoio do torcedor. É um jogo difícil de se jogar. No primeiro encontro, mesmo melhor, empatamos de 0 a 0. Nada que foi feito hoje garante um domingo bom para gente. Temos que trabalhar e fazer tudo outra vez no domingo.
Manter o nível de atuação
- O Caio voltou muito melhor fisicamente esse ano do que ano passado. Aí é de cada jogador. A gente vai até um limite, a partir dali é dos jogadores. Kanu é um cara que se dedica muito. Jogou contra o Jacuipense, está sempre bem. Depende muito da disposição de cada um. É um grupo muito bacana de se trabalhar, às vezes precisa ser mais malandro, principalmente na Libertadores. Acho que temos mais condições do que tínhamos ano passado. Em 24 fomos melhor que 23, e em 25 melhor que 24. Assim esperamos continuar evoluindo, sendo melhores. Dou os parabéns para todos os jogadores por colocar o Bahia de fato na Libertadores. Começou em 2023 e termina hoje com a classificação.
Fonte: GE