A Confereração Nacional do Transporte (CNT) divulgou nesta quarta-feira (9) o resultado da pesquisa sobre as rodovias brasileiras em 2022. O levantamento mostra que 55,5% (61.311 km) das estradas avaliadas apresentam algum tipo de problema no pavimento, com classificação regular, ruim ou péssima. Além disso, 60,7% (66.985 km) da extensão avaliada apresenta algum tipo de problema na sinalização.
Outra conclusão do estudo é que o aumento do custo operacional devido à qualidade do pavimento é de 37,1% para as rodovias sob gestão pública e de 17,8% para as sob a iniciativa privada.
Segundo o levantamento, 64.515 acidentes ocorridos em rodovias federais em 2021 causaram 5.395 mortes, além de um prejuízo aproximado de R$ 12,75 bilhões para o Brasil.
Pavimentação
Ainda em relação à pavimentação, o levantamento mostrou que 44,5% (49.022 km) das estradas avaliadas foram consideradas ótimas ou boas. Entre as rodovias sob gestão da iniciativa privada, 28,7% (6.654 km) têm algum tipo de problema, enquanto 71,3% (16.584 km) estão classificadas como ótimas ou boas.
Já entre as rodovias sob gestão pública, 62,7% (54.657 km) têm algum tipo de problema e 37,3% (32.438 km) foram consideradas ótimas ou boas.
Sinalização
De acordo com a pesquisa, 39,3% (43.348 km) da extensão foi avaliada como ótima ou boa no quesito sinalização da via. Da malha rodoviária analisada pelo levantamento, 40% (44.112 km) está com a pintura da faixa central desgastada e em 8,3% (9.187 km) as faixas não existem.
Nas estradas sob administração pública, 69,2% (60.228 km) têm algum tipo de problema e 30,8% (26.867 km) são ótimas ou boas. As rodovias geridas pela iniciativa privada contam com mais sinalização, e 71% (16.481 km) foram classificadas como ótimas ou boas nesse quesito. No entanto, 29% (6.757 km) das estradas sob concessão têm algum tipo de problema de sinalização.
Meio ambiente
Estima-se que, em 2022, houve um consumo desnecessário pelo setor de transportes rodoviários de 1,07 bilhão de litros de diesel fóssil. Isso representa um adicional de 2,83 milhões de toneladas emitidas pela combustão de óleo diesel, devido às inadequações do pavimento. De acordo com a CNT, esse desperdício custou em torno de R$ 4,89 bilhões aos transportadores.
Pesquisa CNT
A pesquisa da CNT abrange toda a extensão pavimentada das rodovias federais e das principais rodovias estaduais do país. Foram verificados 110.333 km. São 1.237 km (1,1%) a mais que a malha pesquisada no ano passado (109.096 km). Para a realização da pesquisa, a CNT destacou 22 equipes durante 30 dias de coleta em campo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao longo das rodovias asfaltadas no Brasil circulam pelo menos 3,7 milhões de caminhões todos os anos. A proporção é de no mínimo 17 caminhões para quilômetro de estrada. Cerca de 57% da frota de caminhões do país trafega nas rodovias com um peso bruto de, ao menos, 21 toneladas. Além disso, a maior parte dos veículos percorre ao menos 300 quilômetros diariamente.
Fonte: Com informações da Agência Estado