“A alegria da nossa família foi embora”, afirmou a sobrinha do bombeiro Adilson Ferreira, de 52 anos, que morreu após ser empurrado nos trilhos da estação Sé, do Metrô de São Paulo, por um desconhecido. Joyce Ferreira de Alcântara, de 34 anos, descreve o tio como uma pessoa especial e indispensável.
Na última sexta-feira (13), a vítima estava a caminho de um evento onde iria trabalhar. Enquanto esperava o trem chegar na plataforma no sentido Tucuruvi, o brigadista foi empurrado por um rapaz para os trilhos e foi atropelado.
De acordo com Joyce, a família de Adilson está destruída, e as festas nunca mais serão as mesmas, pois o bombeiro era quem trazia a felicidade para elas. “A gente nunca via o tio Adilson triste. Sempre foi um cara da alegria e do bom humor.”
Adilson fazia aniversário no dia 1° de janeiro, e todos os anos, segundo sua sobrinha, a família inteira se reunia para comemorar a chegada do Ano-Novo. Mas, agora, não sabem como será a celebração: “Como será agora? Como vamos passar por esse dia? Faltando mais um na mesa? É doído”.
Além disso, para Joyce, a forma que Adilson morreu é “inaceitável”, porque, “quando a vida é retirada por uma pessoa mal-intencionada, é difícil aceitar”. A família recebeu a notícia por meio de terceiros, o que tornou tudo muito pior, segundo a mulher. “Ele morreu, [os funcionários do Metrô] retiraram ele da via, e os trens voltaram a operar como se nada tivesse acontecido”, afirma.
Em nota, o Metrô de São Paulo afirmou que lamenta o ocorrido e se solidariza com a família de Adilson. Todo o protocolo de primeiros socorros foi cumprido pelos funcionários da companhia. A vítima foi resgatada com vida e encaminhada ao PS Santa Casa, que comunicou seus parentes.
O suspeito
Após o crime, o suspeito de ter empurrado Adilson correu e fugiu pelas escadas. Uma moça que flagrou a ação e chegou a passar mal com a situação avisou a polícia e os seguranças do Metrô que não foi um acidente.
A empresa verificou imagens das câmeras e constatou o crime. Horas depois, o homem se apresentou na delegacia, com a presença de um advogado.
Ele alegou que sofre de síndrome do pânico e que confundiu a vítima com uma pessoa com quem tinha problemas no trabalho. Ele teria se sentido ameaçado e, por isso, empurrou o bombeiro.
O suspeito passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Adilson deixou a esposa, um filho e duas enteadas.
Fonte: r7