Brasil Abin paralela: PF prende 4 e faz buscas para apurar esquema de espionagem ilegal e fake News Redação11 de julho de 2024033 visualizações A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (11) uma nova fase da operação Última Milha – que, desde 2023, investiga o possível uso ilegal de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar autoridades e desafetos políticos no governo Jair Bolsonaro. De acordo com as investigações, o grupo usou sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial. Segundo a PF, nesta fase, os policiais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). São alvos dos mandados de prisão e de busca e apreensão: Mateus de Carvalho Sposito;Richards Dyer Pozzer;Rogério Beraldo de Almeida;Marcelo Araújo Bormevet;Giancarlo Gomes Rodrigues.Há ainda buscas contra outros dois investigados: José Matheus Sales Gomes;Daniel Ribeiro Lemos.Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Isso, porque a operação Última Milha começou a partir das investigações do inquérito das fake news. Na decisão, Moraes também determina que os investigados não podem conversar entre si. Além dos nomes acima, estão incluídos nessa regra: Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, Carlos Magno de Deus Rodrigues, Felipe Arlotta Freitas, Henrique César Prado Zordan e Luiz Felipe Barros Félix. De acordo com a PF, investigadores descobriram que “membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas”. Se as condutas forem confirmadas, os investigados podem ser indiciados pela Polícia Federal e, em seguida, denunciados à Justiça. A PF vê, de forma preliminar, possíveis crimes de: organização criminosa;tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito;interceptação clandestina de comunicações;invasão de dispositivo informático alheio. Fases anterioresEm outubro de 2023, a PF também fez buscas e afastou ex-diretores da Abin que atuavam na agência durante a gestão do ex-diretor Alexandre Ramagem – hoje, deputado federal pelo PL do Rio. Naquele momento, também foram presos dois servidores que, por terem conhecimento do suposto esquema, teriam coagido colegas para evitar uma possível demissão: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky. O software contratado pela Abin e usado de forma irregular era o FirstMile, comercializado pela empresa israelense Cognyte. Segundo os investigadores, apesar do encerramento formal do contrato em 2021, há indícios de que o uso do sistema se intensificou nos últimos anos do governo Bolsonaro para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes e integrantes do STF. Fonte: G1