Acusado de xenofobia, Bobadilla, do São Paulo, deixa o Morumbis antes de ser procurado pela PM

O volante Damián Bobadilla, do São Paulo, deixou o Morumbis antes de ser procurado pela Polícia Militar para prestar depoimento por ter sido acusado de xenofobia pelo venezuelano Navarro, do Talleres. Policiais foram ao vestiário do Tricolor para que o jogador fosse levado ao Jecrim (Juizado Especial Criminal) do estádio, mas não o encontraram.

De acordo com a Polícia Militar, o São Paulo informou que Bobadilla, se necessário, vai comparecer à DRADE (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) nesta quarta-feira para prestar depoimento por ter sido acusado de xenofobia durante a vitória do Tricolor sobre o Talleres, pela Conmebol Libertadores. O clube não se manifestou.

Assim como Bobadilla, outros jogadores do Tricolor também já haviam deixado os vestiários do Morumbis quando a Polícia Militar foi ao local para tentar ouvir o volante paraguaio. Isso aconteceu enquanto treinadores concediam entrevista coletiva e outros atletas passavam pela área de imprensa.

O ge procurou o São Paulo, mas até a publicação desta reportagem ainda não obteve uma posição oficial sobre o caso. O clube pretende aguardar a formulação do Boletim de Ocorrência para se manifestar sobre as acusações de Navarro.

Depois da partida, Navarro foi conduzido ao espaço designado para a Polícia Militar no Morumbis. Em seguida, foi levado ao Jecrim para prestar depoimento. O lateral-esquerdo e mais duas testemunhas, jogadores do Talleres, relataram o que dizem ter acontecido em campo.

O ge ouviu que Navarro, durante o depoimento, chorou e se mostrou muito abalado com o que alega ter ouvido de Bobadilla dentro de campo. De acordo com o jogador do Talleres, o volante do São Paulo disse “venezuelano morto de fome” para ofendê-lo.

O jogador também fez um post nas redes sociais dando a entender isso.

– Quisera eu poder ter nas minhas mãos a solução para a fome que vive meu país, espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não creio que se possa fazer muito sobre a pobreza mental.

– Nunca me envergonharei das minhas raízes, irei até as últimas consequências frente ao ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil pelas mãos de Damián Bobadilla. No futebol não há espaço para discursos de ódio.

Em nota nas redes sociais, o Clube Atlético Talleres repudiou o ato de xenofobia sofrido por Navarro.

– Nos solidarizamos profundamente com Miguel e com sua família neste momento. Como instituição, levantamos a voz contra qualquer forma de discriminação. Não há lugar para o ódio no futebol.

– O futebol é uma ferramenta de integração, respeito e união entre as culturas. Seguiremos trabalhando para que esses valores prevaleçam dentro e fora do gramado. Miguel, estamos orgulhosos de você suas origens. Todos do Talleres estão com você.

Fonte: GE

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