Adolescente baleada na Maré consegue ficar de pé; ‘Obrigada por este milagre, Senhor’, agradece tia

por Redação

Recém-operada após ser baleada no Complexo da Maré, a adolescente Valentina Betti Simioni, de 14 anos, conseguiu ficar de pé no hospital e abraçou sua tia, a influenciadora e empresária Kamila Simioni. Em seu perfil no Instagram, Kamila agradeceu a Deus “pelo milagre” e também a equipe de Saúde do Getúlio Vargas que está assistindo a jovem. Em nota, a direção da unidade informou que Valentina “está estável. Sua evolução vem sendo acompanhada por uma equipe multidisciplinar, com cirurgiões gerais, neurocirurgiões e intensivistas. A família da jovem também recebe apoio dos serviços de assistência social e de psicologia do hospital.”

Na tarde de quinta-feira, a Polícia Civil informou que já identificou os dois responsáveis pelos disparos que feriram a adolescente, na Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré. A jovem foi baleada após seu pai, Michel Simioni, ter errado o caminho ao tentar retornar à Linha Amarela.

“Tão logo tomaram conhecimento do fato, equipes da 21ª DP (Bonsucesso) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) iniciaram diligências que permitiram a rápida identificação dos envolvidos”, diz a nota da Polícia Civil. O texto acrescenta que as investigações estão em andamento, com diligências contínuas, e seguem sob sigilo.

‘Quando você vê, já está lá dentro’
Valentina foi atingida na região lombar. Em entrevista ao RJTV, da Rede Globo, o pai da adolescente contou que a filha deixou o CTI na manhã de quinta-feira e já conversa e mexe no celular.

“A gente veio, o dia estava feliz. A gente saiu de lá por volta de 9h da manhã, íamos para a praia. Eu acho, eu não sei o motivo, mas o GPS já recalcula a rota te enviando pra dentro daquela comunidade. E aí, às vezes você já está distraído e, quando vê, já está lá dentro”, disse ao RJTV.

Michel Simioni contou ainda que os bandidos dispararam seis ou sete tiros. Ele perguntou à filha se ela tinha sido atingido e, inicialmente, ela respondeu que não. Quando já haviam saído da favela foi que ela afirmou “papai, tomei um tiro, sim”. O pai contou que ficou desesperado e acelerou.

Vários amigos e parentes deixarem mensagens de apoio para Valentina nos stories da página da jovem no Instagram. ‘Valentina significa valente, forte, vigorosa, cheia de saúde” diz uma das mensagens.

“Eu tenho fé que logo logo você sairá do hospital com saúde e estaremos todos juntos, os sobrinhos, as irmãs comemorando sua vida”, diz outra mensagem.

Michel e a filha são mineiros e vieram ao Rio para ir ao consulado americano no Centro do Rio, para tirar o visto. A adolescente foi baleada quando retornavam para a Barra da Tijuca, onde estavam hospedados.

Entenda o caso
Pai e filha estavam numa Mercedes, modelo GLA, preta. Quando tentavam retornar para a Linha Amarela, o pai entrou por engano na Avenida Guilherme Maxwell, atrás do Centro de preparação de oficiais da reserva (CPOR). A região onde entraram é conhecida como Tijolinho e faz parte da comunidade Baixa do Sapateiro, dominada pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Ela é uma das 16 que compõem o Complexo da Maré.

Ao passarem pela avenida Guilherme Maxwell, esquina com Rua da Gratidão, Michel e Valentina foram abordados por bandidos armados com fuzis, que estavam num automóvel HRV azul, de placa não anotada.

Os criminosos ordenaram ao motorista que parasse o veículo. Assustado, Michel acelerou e fugiu. Os bandidos, então, atiraram na direção do veículo, acertando a adolescente.

Ao sair da comunidade, o motorista encontrou uma viatura do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) na Avenida Brasil e pediu ajuda. Eles foram, então, levados até o hospital. Policiais da 21ª DP (Bonsucesso) foram até a unidade de saúde ouvir o depoimento de Michel. Agentes tentam identificar os bandidos que abordaram os ele e a filha.

Fonte: OGLOBO

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