Adolescente que matou aluna cadeirante em escola usou a arma do pai

por Redação

O adolescente de 14 anos que matou uma aluna cadeirante a tiros e golpes de faca na manhã desta segunda-feira (26) em uma escola de Barreiras pegou a arma do pai, um policial militar de Brasília que havia se mudado neste ano para a cidade do oeste baiano. O revólver, calibre 38, estava carregado com seis balas e, segundo o PM, teria sido encontrado pelo jovem debaixo do colchão, onde costumava guardá-lo.

De acordo com a Polícia Civil, ele entrou pelo portão principal como os demais alunos, embora estivesse sem uniforme — o jovem trajava roupas pretas e capuz.

A suspeita é que o adolescente, horas antes de cometer o crime, teria passado em frente à unidade de ensino. Ele havia avisado sobre o ataque quatro horas antes por meio de uma publicação feita em seu perfil no Twitter, que agora foi banido da plataforma com a repercussão do caso.

Quando chegou à entrada principal do Colégio Municipal Eurides Sant’Anna, por volta das 7h20, o atirador já empunhava a arma. Um guarda da unidade de ensino percebeu a entrada dele e correu para buscar ajuda, já que um disparo foi feito em sua direção.

No momento do ataque, pelo menos 40 dos cerca de 400 alunos que estudam no período matutino estavam em guarda na quadra de esportes, pois o colégio tem gestão compartilhada com a Polícia Militar. A arma do atirador falhou duas vezes, o que possibilitou que os adolescentes corressem e buscassem abrigo nos fundos da quadra ou na rua. A cadeirante Geane da Silva Brito, de 19 anos, estava no pátio e foi baleada e atingida com golpes de faca.

Segundo o delegado Rivaldo Almeida Luz, que ouviu o pai do adolescente, o policial militar afirmou que escondia a arma e que o jovem não tinha acesso a ela. Ele foi descrito pelos familiares como um garoto tranquilo, porém bastante introspectivo. Sem amigos, ele lamentava o fato de ter se mudado para a Bahia, e deixou isso claro ao postar discursos de ódio contra a cidade de Barreiras e a região Nordeste do Brasil em suas redes sociais.

“O pai disse que guardava a arma debaixo do colchão de uma cama, e que o garoto não tinha acesso, mas não acredito nessa versão. Ele é um garoto bastante introspectivo que, nos últimos meses, passou a ficar muito tempo nas redes sociais. Os pais não sabiam o tipo de conteúdo que ele consumia na internet”, disse Luz.

O colégio não tem câmeras de segurança, mas os investigadores buscam imagens de residências vizinhas. As aulas foram suspensas até o dia 3 de outubro. O atirador havia sido matriculado na unidade de ensino no período vespertino em maio deste ano, mas acumulava faltas.

O adolescente também foi baleado durante o crime. O tenente-coronel Fábio Santana, da Polícia Militar, afirma que os policiais que trabalham na escola estavam desarmados e que os tiros que o acertaram possivelmente partiram de uma pessoa que passava nas imediações no momento do ataque. Ela ainda não foi identificada.

O jovem foi socorrido por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e encaminhado ao Hospital Geral do Oeste. Ele passou por uma cirurgia, e seu quadro de saúde é considerado estável.

Fonte: Com informações da Agência Estado

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