Análise: jogos de outras equipes contra os mesmos adversários são um “tapa na cara” do Flamengo

O torcedor do Flamengo foi dormir com algo ruim de digerir além de mais uma derrota na Libertadores: os exemplos recentes de outros times mais modestos contra os mesmos adversários do Rubro-Negro.

O Palestino, que derrotou o Flamengo por 1 a 0 com estádio quase vazio em Coquimbo, no Chile, na noite de terça-feira, foi o mesmo que foi goleado pelo Bolívar por 4 a 0 em casa (e jogando diante da sua torcida em Rancagua). E na semana passada, a vitória magra por 1 a 0 sobre o Amazonas no Maracanã, pela Copa do Brasil, também foi muito criticada. Ainda mais agora que a Ponte Preta jogou com eles pela Série B e deu de 3 a 0 em casa.

Enquanto isso, o Flamengo transformou a má fase em rotina. Já são seis jogos com apenas uma vitória, justamente essa contestada diante do Amazonas. E o desempenho ruim em todos. Contra o modesto Palestino, o Rubro-Negro parecia mais frio do que a gelada noite chuvosa em Coquimbo. Um time espaçado, por vezes exposto e muitas vezes sonolento, principalmente no primeiro tempo. E que dependia demais do De la Cruz para construir algo.

Lembram do discurso do time equilibrado de Tite, de que se o Flamengo não sofresse gols fatalmente iria fazer no ataque pela qualidade dos jogadores? Os números ofensivos mostram que já não é mais assim: foram apenas três gols nessa sequência de seis partidas. Em Coquimbo, o Flamengo teve 64% de posse de bola e 17 finalizações, mas voltou a passar em branco. E, mesmo jogando mal, ainda teve chances diante de um Palestino bem limitado. Foram sete oportunidades:

Aos 31 minutos do primeiro tempo, Cebolinha recebeu um bolão de Wesley na área e ficou na cara do goleiro, mas ele não chutou e preferiu tentar o passe para Gerson

Já no segundo tempo, aos sete minutos De la Cruz enfiou linda bola para Bruno Henrique invadir a área e chutar no cantinho para defesa de Rigamonti.

Aos 11, foram duas em uma: o próprio De la Cruz, em jogada individual na área, girou o corpo e bateu para outra boa defesa. E no rebote, Bruno Henrique emendou na rede pelo lado de fora.

Luiz Araújo, que perdeu a posição de titular, entrou no lugar de Bruno Henrique e teve duas chances: o chute colocdo que beijou a trave aos 25; e a finalização que passou pelos marcadores e Gabigol atrapalhou, em impedimento.

E aos 36, Cebolinha cruzou na cabeça de Gabigol, livre e em posição legal na área, mas ele cabeceou mal demais e mandou para fora.

“Ah, mas o cara acertou um chute que só se acerta uma vez na vida e outra na morte”, como o próprio Rossi quis dizer na coletiva, embora não com essas palavras. Óbvio que foi muito mérito do Cornejo, indefensável. Mas não vale como desculpa porque o Palestino teve outras duas boas chances: uma defendida por Rossi no primeiro tempo e outra furada de Marabel no segundo (veja na imagem abaixo). E o Flamengo, pelo time e elenco que tem, deveria ter ganhado mesmo tomando gol.

Está certo que Tite está lidando com dois desfalques de peso de Pulgar e Arrascaeta (que juntos formam 66% do meio de campo titular do time). Porém, não dá para culpar só isso, assim como não é só questão de perda de confiança, como o próprio Tite reconheceu na coletiva.

Taticamente o Flamengo estagnou, perdeu o encanto e passou a sofrer muito nas bolas paradas. No tudo ou nada no fim do jogo, o time ficou uma bagunça, com Fabrício Bruno e Léo Pereira no ataque entre Pedro e Gabigol.

O resultado tirou o Flamengo da zona de classificação do Grupo E para as oitavas de final da Libertadores. Com só quatro pontos (dois atrás do Palestino), o Rubro-Negro agora é o terceiro colocado e vê aumentar o risco de vexame de uma eliminação na primeira fase. Por isso, terá uma “final antecipada” contra o líder Bolívar na semana que vem no Maracanã. Antes, o time recebe o Corinthians no próximo sábado, às 16h (de Brasília), pela sexta rodada do Brasileirão.

Fonte: GE

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