São Paulo, Brasil
“Se fosse uma empresa, teria falido.”
Ainda em fevereiro, o sincero diretor financeiro Rozallah Santoro revelou que a isenção tributária e a maneira especial com que os clubes são tratados no Brasil salvam o Corinthians da falência.
Ele mesmo confirmou que a dívida corintiana é assustadora.
R$ 1,6 bilhão.
O maior credor é a Caixa Econômica Federal, por conta do empréstimo para a construção do estádio.
Os processos, principalmente trabalhistas, se acumulam.
Os novos, de R$ 40 milhões, movido por Martín Rojas, e o de Giuliano, R$ 1,8 milhão, são apenas mais dois.
O de Rojas, que procurou a Fifa para receber, pode travar o clube de contratar.
O famigerado transfer ban, que impede a contratação de novos jogadores, nas janelas de transferências.
A atual direção está tentando administrar os juros e as cobranças judiciais mais prementes, ou seja, as de curtíssimo prazo.
Enquanto o clube tenta negociar sozinho a transmissão de seus jogos a partir de 2025, para tentar arrecadar mais dinheiro, a solução decidida pela direção é pedir a antecipação do pagamento de jogadores vendidos para o exterior.
As direções do PSG, do Nottingham Forest e do Brugge já foram acionadas.
Não têm a obrigação, mas podem, sim, antecipar parcelas, para manter o bom relacionamento com o clube brasileiro.
Moscardo custou 22 milhões de euros, cerca de R$ 118 milhões. Murillo foi vendido para a Inglaterra por 12 milhões de euros, cerca de R$ 65 milhões.
Já Felipe Augusto foi para a Bélgica por 3 milhões de euros, cerca de R$ 16,3 milhões.
O clima financeiro segue muito tenso no Corinthians.
São vários jogadores que o clube deve direito de imagem.
Maycon e Yuri Alberto são os casos mais graves.
Ambos poderiam ir à Justiça para pedir desligamento do clube.
Mas optaram por acreditar na diretoria, que serão pagos.
A direção já se reuniu com os jogadores avisando que a situação é ‘momentânea’.
E espera que, as competições, com o time acertado, nas mãos de António Oliveira, passe a dar lucro.
A eliminação do Paulista, na fase de grupos, fez com que o clube deixasse de arrecadar, pelo menos, R$ 4 milhões, já que pelo planejamento da direção era a chegada à semifinal do torneio.
Por isso, a partida de amanhã, contra o São Bernardo, pela Copa do Brasil, está sendo tratada como uma final, pela direção, Comissão Técnica e jogadores.
Pelo planejamento, outra vez, a diretoria, otimista, aposta para, no mínimo, a chegada à semifinal do torneio. O que valeria, pelo menos, R$ 20 milhões em premiações. E cerca de R$ 18 milhões em arrecadação.
As apostas na Sul-Americana e no Brasileiro também são altas.
O sonho é disputar o título do torneio continental.
E, pelo menos, uma vaga na Libertadores, pelo Campeonato Nacional.
Só em bilheteria em 2023, o Corinthians conseguiu R$ 85 milhões, com 37 jogos como mandante.
O desejo é chegar perto dos R$ 100 milhões.
Para isso, a necessidade de ir muito bem nos torneios que disputará.
Para desafogar as finanças.
‘Se o Corinthians fosse uma empresa, teria falido’, repete Rozzala Santoro, que sabe muito bem o que está dizendo.
Fonte: r7