Atriz Ilva Niño, a Mina de ‘Roque Santeiro’, morre no Rio aos 90 anos

A atriz Ilva Niño, a empregada Mina da novela “Roque Santeiro”, morreu no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (12), aos 90 anos.

Ilva estava internada no Hospital Quali, em Ipanema, desde o dia 13 de maio, quando passou por uma cirurgia cardíaca.

Ilva foi casada com Luiz Mendonça e teve um filho, Luiz Carlos Niño, ambos já falecidos.

A atriz teve uma vasta carreira na televisão, com mais de 30 novelas e várias participações em séries.

A previsão é que o corpo seja cremado nesta quinta-feira, mas o local e a hora ainda não tinham sido definidos até a última atualização desta reportagem.

Vida e obra
A atriz Ilva Niño nasceu na cidade de Floresta, em Pernambuco, em 15 de novembro de 1933. Começou nas artes cênicas quando cursava a Escola Normal e participou de um curso de teatro grego ministrado por Ariano Suassuna. Ela acabou atuando na montagem amadora que o autor fez para “Antígona”, de Sófocles.

A partir daí, ela se apaixonou pelo teatro e começou a carreira no Movimento de Cultura Popular durante o governo de Miguel Arraes, no início da década de 1960.

Com o golpe de 1964, ela foi morar com o marido no Rio de Janeiro Os dois já conheciam a cidade, pois haviam se apresentado em um festival de teatro na então capital do país com “O Auto da Compadecida”, em 1957, peça que deu o prêmio de melhor autor a Ariano Suassuna.

Ilva também atuou nas peças “O Berço do Herói” e em “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes.

Com a contratação do escritor pela Globo, a atriz seguiu com ele e fez vários trabalhos: “Verão Vermelho”, de 1969; “Bandeira 2”, de 1971; “A Patota”, de 1972; “Gabriela”, de 1975; “Pecado Capital”, de 1975 — quando viveu a mãe das personagens de Betty Faria e Elizangela —; “Sem Lenço, sem Documento”, de 1977, e “Feijão Maravilha”, de 1979.

Miiinaaaaaaaaaa

O sucesso popular veio com “Roque Santeiro”, de 1985, quando interpretou Mina, a empregada doméstica e confidente da viúva Porcina.

Carreira continuou
Na década de 1980, Ilva Niño se consolidou como uma das artistas mais conhecidas da televisão. Além de Roque Santeiro, ela atuou em “Água Viva”,1980; “Partido Alto”, de 1984; “O Outro”, 1987; “Bebê a Bordo”, de 1988, e “Sexo dos Anjos”, de 1989.

Ilva Niño também participou da primeira minissérie da Globo, “Lampião e Maria Bonita”, de 1982, de Aguinaldo Silva e Doc Comparato. Ela viveu Odete, a mãe de Maria Bonita.

A atriz seguiu atuando nos anos 1990 e 2000, com “Pedra sobre Pedra”, de 1992; “Tropicaliente”, de 1994; e “História de Amor”, de 1995. Ela também esteve em “Suave Veneno” e “Terra Nostra”, ambos de 1999; “Porto dos Milagres”, de 2001; “Senhora do Destino”, de 2004; “Alma Gêmea”, de 2005″; e “Sete Pecados”, de 2007.

Em 2009, Ilva Niño esteve em “Cama de Gato”. Dois anos depois, em 2011, ela foi a mãe do cangaceiro vivido por Domingos Montagner, em “Cordel Encantado”. A artista destacou que era um trabalho diferente da mãe de Maria Bonita.

“Foi encantado mesmo, é outra relação do cangaço, não era aquela relação do Lampião, era mais fantasia, mais cordel mesmo. Você assiste à novela inteira e os cangaceiros não matam uma pessoa, não dão tiro em ninguém, não usam a arma para nada”, disse a atriz.

A atriz está no ar na reprise da novela “Cheia de Charme”, de 2012. Ela também fez a segunda versão de “Saramandaia”, de 2013, e a temporada de “Malhação” de 2015.

Sobre ter interpretado muitas empregadas domésticas, Niño destacava a importância da categoria.

Amor ao teatro
Em 2016, a atriz promoveu a reabertura do Teatro Niño de Artes Luiz Mendonça, na Lapa, na região central do Rio. Fechado por 2 anos, o local reabriu as portas com a proposta de trazer para a área um espaço para a exibição de espetáculos teatrais e musicais.

O Teatro Niño de Artes Luiz Mendonça é uma homenagem ao dramaturgo e diretor Luiz Mendonça, falecido em 1995.

Fonte: G1

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