Brasil Bebê com lesões morre em UPA após parada cardiorrespiratória; mãe e padrasto são presos Redação30 de janeiro de 2025043 visualizações A Polícia Civil do RJ investiga a morte de um bebê de 11 meses que deu entrada na última terça-feira (28) na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Maré, com lesões pelo corpo. Segundo a polícia, Arthur Victor dos Santos chegou à unidade de saúde após uma parada cardiorrespiratória e com trauma cranioencefálico. O padrasto do menino e a mãe foram presos em flagrante. Sidney da Silva Ferreira e Rayane Rocha dos Santos vão responder por homicídio qualificado, praticado contra menor de 14 anos e com aumento de pena por se tratar dos responsáveis pela criança. A pena pode ultrapassar 30 anos. No caso da mãe, segundo a polícia, também houve omissão de socorro. De acordo com a unidade de saúde, ao levar a criança para atendimento, o padrasto, de 20 anos, disse que a criança havia caído da cama e batido a cabeça. Apesar de todos os esforços da equipe médica, a criança não resistiu aos ferimentos. O corpo foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio para perícia. No local, um perito desconfiou — já que o corpo da criança tinha sinais de violência — e acionou a 21ª DP (Bonsucesso). A partir daí, a delegacia começou a investigar o caso como morte suspeita. O laudo apontou que a causa da morte foi traumatismo craniano provocado por ação contundente, com hemorragia e edema cerebral. Na delegacia, Sidney deu outra versão para o caso. Ele disse que caiu sobre o bebê quando descia uma escada e, na queda, a tela do seu celular quebrou. Entretanto, de acordo com a polícia, Sidney não apresenta nenhuma lesão no corpo, e o celular, que foi apreendido, não teve nenhum dano. Para a polícia, a criança vinha sofrendo agressões do padrasto. Além de Arthur, Rayane tem outra filha de 2 anos, que também já teria sido agredida pelo padrasto, e está grávida dele. “Inicialmente, o que chegou na delegacia seria uma remoção desse corpo para o IML, que tinha sinais de violência. Começamos a investigar, e óbvio que a gente não acreditou nessa história, de que a criança havia caído da cama. Até porque a cama tinha 50 centímetros de altura e não causaria os tipos de lesões que ele tinha pelo corpo”, explicou ao g1 a delegada Fernanda Caterine Eiras Dias Pina. “No final da história, o padrasto disse que ele estava descendo a escada com a criança no colo e caiu, inclusive por cima da criança, se machucando, e morre o bebê. Só que o padrasto não tinha nenhum arranhão. O celular que ele falou que quebrou também não tinha tela avariada”. Segundo a delegada, o laudo do IML apontou que a criança havia sido espancada. Ainda de acordo com ela, a mãe do menino disse que era vítima de violência doméstica do companheiro e desconfiava que os filhos eram agredidos por ele. Por conta disso, a mulher vai responder por omissão. “Inclusive, na declaração, ela [a mãe] disse que iria instalar uma câmera [para filmar possíveis agressões]. Ela foi omissa com esse indivíduo. Então, ela vai responder também pelo ato em razão da omissão dela. Ela podia e devia agir para evitar esse resultado”, completou a delegada. O g1 não conseguiu localizar a defesa do casal. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que Arthur deu entrada na unidade nesta terça-feira (28), em parada cardiorrespiratória, com sinais de trauma cranioencefálico. “Apesar de todos os esforços da equipe multidisciplinar, não houve êxito na reanimação”. “Respeitem a dor de uma mãe”, diz mulherA mãe do bebê usou um perfil em uma rede social para pedir respeito. Ela disse não acreditar que alguém possa ter feito mal ao filho e que a perícia vai comprovar o que houve. A mulher disse ainda que não estava em casa quando o filho morreu. “Peço que respeitem a dor de uma mãe que perdeu um filho recentemente. Parem de contar histórias que não existem. Só a perícia vai afirmar o que houve com meu filho e quem me conhece e estava comigo sabe o que realmente aconteceu e que eu não estava presente”, escreveu. “Eu ainda estou desacreditada que alguém possa ter feito uma crueldade tão grande com uma criança, mas a verdade vai chegar, e eu estou ansiosa por esse momento. Quem me conhece sabe o quanto eu amava meu filho e nunca seria capaz de matar ninguém, muito menos quem eu gerei”. Fonte: G1