Bernardinho: “Será que sou ideal para dirigir a nova geração?”

por Redação

Em sete Olimpíadas como treinador, Bernardinho ficou de fora do pódio pela primeira vez em Paris-2024. A derrota para os Estados Unidos representou também a pior participação da seleção brasileira no vôlei masculino desde Munique-1972, quando a equipe ficou também em oitavo lugar. Além disso, o país não ficava fora de uma semifinal olímpica desde Sydney-2000. São tantos aspectos negativos que é preciso fazer uma reavaliação geral. O próprio treinador deixou em aberto o futuro no cargo, mas deixou claro que quer ajudar a recuperar a modalidade.

“Pode escrever o que digo aqui. O vôlei masculino vai brigar mais com esses principais times. Não tenho dúvida disso. Vamos ter que trabalhar muito, ralar muito, sentir um pouco mais as coisas. O trabalho lá embaixo (nas categorias de base) mesmo vai ter que começar. Eu nem sei se sou a pessoa ideal para estar. Posso contribuir? Claro que eu posso e vou. Tenho que refletir. Será que sou a pessoa ideal para ser o treinador da próxima geração? Essa é uma questão muito importante. Agora, quero poder voltar para ajudar. Não quero sair do processo com um gosto amargo de ter ficado fora da semifinal das Olimpíadas”, afirmou o Bernardinho, que também é o diretor de seleções da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

Responsabilidade
Bernardinho fez questão também de assumir toda a responsabilidade pela campanha ruim do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Em quatro jogos, a equipe venceu apenas uma. Aliás, se levarmos em consideração a temporada toda, a vitória sobre o Egito foi a única da seleção brasileira nos últimos oito jogos, já que a equipe terminou a Liga das Nações com quatro derrotas seguidas.

“A responsabilidade é toda minha, de não ter dado aos rapazes a condição de aproveitar a oportunidade. Talvez eu não conhecesse totalmente o grupo, não soubesse como extrair o melhor”, analisou Bernardinho.

Futuro
A decisão sobre o futuro passa por uma análise do que pode ser feito com a nova geração, mas também pela família.

“Eu tenho que ver o que minhas filhas vão dizer. É a minha vida, mas pode ter certeza que, se não estiver como protagonista liderando, vou estar próximo. Não vou me afastar e deixar de contribuir de maneira nenhuma com essa rapaziada e com o novo ciclo que se inicia. Precisamos realmente trabalhar muito bem. Existe um equilíbrio (no vôlei masculino), e a consistência que nos falta só pode ser alcançada de um jeito. É estando na arena nesse nível de jogo, nas competições internacionais, contra as principais equipes do mundo. E esse time precisa disso, jogar, rodar. Os Adrianos da vida, os Darlans da vida, todos os meninos precisam viver isso aqui muito mais vezes. E eu tenho que aprender a lidar com a nova geração, ser melhor para ela. Não é gritando mais ou gritando menos. Tenho que ser eficiente”, acredita.

Bernardinho retornou ao comando técnico da seleção em dezembro. Ele assumiu vaga deixada por Renan Dal Zotto, que pediu demissão logo após o Pré-Olímpico. Em 2024, dirigiu a seleção brasileira na Liga das Nações e nos Jogos Olímpicos. Ao todo, foram 17 jogos oficiais com apenas sete vitórias e dez derrotas ao todo.

Fonte: r7

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