Brasil Bolsonaro tentou alterar relatório das Forças Armadas sobre segurança das urnas eletrônicas, diz PGR Redação19 de fevereiro de 2025032 visualizações O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, ressaltou na denúncia apresentada nesta terça-feira (18) contra Jair Bolsonaro (PL) que o ex-presidente, além de segurar a divulgação do relatório preparado pelas Forças Armadas sobre segurança das urnas eletrônicas nas eleições de 2022, tentou alterar as conclusões na análise. “A ordem emitida por Jair Messias Bolsonaro torna indubitável o dolo da organização criminosa”, indicou o documento. “O conhecimento da inexistência de fraude eleitoral revela que o objetivo do grupo, ao postergar a divulgação do relatório, era o de propiciar condições políticas para o atentado em curso contra a ordem constitucional”, acrescentou. Na denúncia, Bolsonaro é apontado como quem teve “ciência de que a Comissão de Fiscalização não identificou qualquer fraude nas eleições de 2022, tanto no primeiro, quanto no segundo turno”. A PGR ressalta que o ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, “não apenas reforçou a existência da manobra dolosa na divulgação retardada do relatório, como acrescentou que o presidente Jair Bolsonaro tentara interferir na conclusão das Forças Armadas de que não tinha havido fraude”. Bolsonaro, ao discordar das conclusões do relatório, chegou a exigir do então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, que “demonstrasse a existência de supostas fraudes”, conforme texto da PGR. Ainda de acordo com a denúncia, mensagens encontradas pela Polícia Federal demonstram que o coronel Reginaldo Vieira de Abreu atuou para “alinhar” o conteúdo do relatório com os dados falsos apresentados “pelo pessoal da Argentina” para atribuir “veracidade”. O argentino mencionado é Fernando Cerimedo. Abreu chegou a sugerir que Bolsonaro fizesse uma reunião apenas com o “grupo disposto a atuar à margem da legalidade e da moralidade”. O coronel denominou este grupo como “rataria”. “O grupo criminoso chegou a minutar um documento, antes da divulgação oficial do Relatório das Forças Armadas, dizendo que as ações de fiscalização realizadas configuravam ‘fato novo’ para o questionamento do resultado das eleições”, registrou a denúncia. O arquivo foi identificado no aparelho celular de Mauro Cid. A chamada “organização criminosa”, porém, não teria conseguido alterar a conclusão do relatório. O grupo conseguiu apenas que a divulgação do documento fosse “evasiva quanto à possibilidade de fraudes no processo eleitoral”. Com as conclusões favoráveis ao processo eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nota afirmando que “recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral deste ano”. Fonte: valor