Brasil Bolsonaro viajou para os EUA para evitar prisão e esperar desfecho do 8 de janeiro, aponta PF Redação27 de novembro de 2024012 visualizações O relatório da Polícia Federal (PF) aponta que havia um plano detalhado para a fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para os Estados Unidos quando a tentativa de golpe de Estado no final de 2022 não obteve êxito. No exterior, ele aguardaria o desfecho do 8 de janeiro de 2023. O documento aponta que o plano foi criado em 2021, quando Bolsonaro atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o sistema eleitoral nos discursos proferidos no dia 7 de setembro daquele ano. Para a fuga no final de 2022, o planejamento foi adaptado. Ainda, de acordo com a PF, ele demonstra a persistência do grupo golpista em proteger o ex-presidente e garantir sua liberdade. Bolsonaro ficou três meses nos EUA: viajou para Orlando no dia 30 de dezembro de 2022 e ficou até 30 de março de 2023. De acordo com o relatório, o plano foi dividido em três etapas principais: A primeira, “Proteção do Pr no Planalto e Alvorada – sem apoio do GSI”, previa a cooptação de militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para ocupar posições estratégicas nos palácios do Planalto e da Alvorada. Essa etapa incluía a disponibilização de armamento e munição “em condições de uso imediato”, armazenados em cofres prontos para acesso rápido, caso necessário.A segunda era descrita como “Condições de ocupar Etta Estrg como forma dissuasória para mostrar apoio ao Pr”. A PF aponta que “o termo ‘Etta Estrg’ refere-se a estruturas estratégicas ou infraestrutura crítica, cuja interrupção ou destruição teria impacto significativo no Estado e na sociedade”. O objetivo seria ocupar instalações críticas para intimidar medidas judiciais ou institucionais contra Bolsonaro, criando um cenário de pressão física e simbólica contra as decisões do Judiciário.A terceira previa a retirada de Bolsonaro do país, descrita como “montar e operar um RAFE/LAFE para exfiltrar o Pr para o exterior”. A operação consistiria em criar uma rede de apoio logístico e militar para garantir a fuga do ex-presidente. A sigla RAFE/LAFE é utilizada em contextos militares para se referir a evacuações rápidas e discretas, com foco em evitar interceptações por autoridades nacionais ou internacionais.Rafe é a sigla para Rede de Auxílio à Fuga e Evasão, e Lafe é a sigla para Linha de Auxílio à Fuga e Evasão. De acordo com a PF, o plano para Bolsonaro fugir “demonstra o nível de comprometimento de parte de sua base com a ruptura institucional”. “A criação de uma rede de apoio militar para retirar o ex-presidente do país reflete o temor de que ele pudesse ser responsabilizado por seus atos após deixar o cargo.” Conclusão da PFA PF afirma que Jair Bolsonaro “efetivamente planejou, ajustou e elaborou um decreto que previa a ruptura institucional”. O documento, que previa medidas extremas como a anulação das eleições de 2022 e a centralização do poder, tinha o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito e garantir a manutenção de Bolsonaro no poder. Segundo o relatório, o plano não foi consumado devido à resistência do comandante do Exército, Freire Gomes, e da maioria do Alto Comando, que se mantiveram fiéis à defesa das instituições democráticas. Esses militares recusaram-se a oferecer o suporte armado necessário para que o presidente concretizasse o golpe de Estado. A falta de apoio militar foi decisiva para impedir a execução do decreto, que, segundo a PF, já estava elaborado e ajustado por Bolsonaro. Fonte: G1