Bomba da Sabesp que escoa mil litros de água por segundo é levada por avião da FAB ao Rio Grande do Sul

Uma bomba flutuante da Sabesp foi levada por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) ao Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (17). As enchentes afetaram 90% dos municípios gaúchos, segundo a Defesa Civil.

Vídeos feitos pela Companhia, e enviados ao g1, mostram o tamanho do equipamento, que pesa 10 toneladas e precisou ser empurrado por mais de cinco militares para ser colocada no interior do avião (veja acima).

Ainda de acordo com a Sabesp, duas motobombas serão levadas ainda nesta sexta para Canoas (RS). Nos próximos dias, o município deve receber mais dois equipamentos.

As bombas têm capacidade de transferir cerca de mil litros de água por segundo de um local a outro, o equivalente a encher uma piscina olímpica em 30 minutos. Elas já foram utilizadas na Região Metropolitana de São Paulo durante a crise hídrica em 2014. Na ocasião, foram usadas no Sistema Cantareira para bombear a água do volume mais baixo (volume morto) para uma parte mais alta.

No total, 18 equipamentos serão utilizados em ações de macrodrenagem, que é a remoção de água acumulada em grandes áreas. Como são flutuantes, elas “acompanham” o nível da água, e não precisam ser deslocadas.

Também nesta sexta, outros 14 equipamentos idênticos devem começam a ser levados, com apoio de caminhões do Exército Brasileiro, para Canoas e Porto Alegre.

“Nossa equipe está no local, já começou a identificação do melhor ponto para onde essas bombas devem instaladas. Precisa trabalhar na redução do volume da água para que as equipes possam trabalhar na reconstrução das cidades”, afirmou André Salcedo, diretor-presidente da Sabesp, em entrevista à TV Globo.

Ainda conforme a Sabesp, a Companhia também está reforçando sua equipe de profissionais que atuam na recuperação dos danos causados pela inundação histórica no Estado.

Ao todo, 57 profissionais e 21 veículos, além de equipamentos técnicos, estão no estado atuando em instalações do sistema de água danificadas pelas cheias, como equipamentos de bombeamento e estações elevatórias, e na distribuição de água potável.

“Focando inicialmente nas áreas de operação, nas áreas técnicas, seja nas áreas de comporta, de escoamento dos diques, seja nas unidades que produzem água, que tratam água, para começar o processo de normalização de funcionamento das cidades via produção de água potável para a população”, ressaltou André Salcedo.

Mortes
Subiu para 154 o número de vítimas dos temporais e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e a primeira quinzena de maio.

Conforme o relatório da Defesa Civil divulgado na manhã desta sexta-feira (17), 98 pessoas estão desaparecidas.

70 mil casas submersas

Cerca de 70 mil casas na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, estão submersas após a inundação histórica que atingiu o estado. O prefeito Jairo Jorge (PSD) disse que o Hospital Pronto Socorro de Canoas “está perdido”. A unidade precisou ser evacuada e os pacientes foram transferidos.

Procurado pelo blog, Mauro Sparta, secretário de Saúde de Canoas, disse acreditar que todos os aparelhos e instrumentos do hospital terão perda total. “Raio X, tomógrafo, sala de cirurgia, isso tudo sofrerá consequências grandes pelo tempo que ficaram sob as águas. Nós vamos ter que fazer uma recomposição de tudo depois.”

O prefeito diz que metade da cidade foi invadida pelas águas e que dois terços dos habitantes da cidade tiveram que ser evacuados.

“Só para ter uma dimensão da tragédia, nós temos 347 mil habitantes, metade da cidade foi invadida pelas águas, 70 mil casas estão submersas, as pessoas perderam tudo, são 153 mil pessoas que tiveram que sair, foram evacuadas”, disse em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews.

O prefeito também afirma que há, atualmente, 19 mil pessoas em 79 abrigos e 80 mil pessoas em casas de parentes e de amigos.

“As pessoas estão com 30 a 40 pessoas dentro de uma casa que, normalmente, tem 5 ou 6 pessoas. Só para se ter ideia, temos cerca de 7.735 casas que têm até 30 pessoas”, disse.

Fonte: G1

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