Botafogo é incapaz de reagir e deixa a desejar em primeira decisão de 2025

Há poucas formas de descrever o desempenho do Botafogo neste domingo, contra o Flamengo, além de “dominado”. Vice da Supercopa Rei, o Alvinegro sofreu do início ao fim e não conseguiu levar quaisquer lances de real perigo ao gol do rival. No clássico, o que se viu foi um time sem capacidade de reação e irreconhecível se comparado ao que conquistou dois títulos em 2024. O resultado também fez a torcida voltar os olhos à busca pelo técnico para 2025.

A única mudança no time que enfrentou – e aí sim, superou – o Fluminense na última quarta-feira foi a entrada do estreante Artur na vaga de Rafael Lobato. Havia a expectativa pelo retorno de Bastos, que focou em trabalho de recondicionamento físico, mas o técnico Carlos Leiria optou pela manutenção de Lucas Halter ao lado de Barboza. Na lateral direita, Ponte manteve a vaga na disputa com Vitinho.

A escalação do Botafogo contra o Flamengo teve: John; Mateo Ponte, Lucas Halter, Barboza e Alex Telles; Gregore e Marlon Freitas; Artur, Savarino, Matheus Martins e Igor Jesus.

Os primeiros lances de jogo já deram indícios de que o Botafogo não teria missão fácil. Foram necessários dois minutos para Wesley cruzar rasteiro na área; Bruno Henrique e Michael não conseguiram aproveitar a chance de abrir o placar.

Aos 9 minutos, Lucas Halter cometeu um pênalti bobo, apenas o prenúncio de uma noite péssima com a camisa do Botafogo. O zagueiro, entretanto, passou longe de ser o único com desempenho abaixo do esperado no clássico. Fato é que, depois de ser derrubado por um carrinho dentro da área, Bruno Henrique aproveitou a cobrança e fez 1 a 0 para o Flamengo.

A partida foi paralisada aos 15 minutos devido a um dilúvio que caiu sobre Belém, impossibilitando quaisquer tentativas de jogo no Mangueirão; a pausa durou pouco mais de 1h10. Os problemas do Botafogo permaneceram. Tanto que, aos 19, Halter falhou novamente no posicionamento e deixou Bruno Henrique marcar um golaço no Mangueirão.

No geral, o Botafogo conhecido pela transição rápida e troca de passes não foi visto. Na maioria das vezes, coube a Marlon Freitas tentar uma bola longa, mas sem muitos lances de sucesso. O volante também precisou se dividir no apoio a Ponte.

Artur pouco contribuiu em um lado direito ineficiente e ainda sem entrosamento. Alex Telles, pelo lado oposto, acabou a etapa inicial como quem mais levou riscos, com uma tentativa de finalização de primeira e outra falta cobrada para fora.

A sucessão de problemas seguiu na etapa final. Savarino não conseguiu criar sozinho e desequilibrar pelo meio, e tampouco fez questão de esconder a irritação. A inversão entre Artur e Matheus Martins não fez subir o rendimento de nenhum dos dois. Os erros de passe na saída continuaram acontecendo, e foram raras as vezes em que a bola conseguiu chegar ao terço final.

O resumo da ópera é que há muito tempo não se via um Botafogo tão perdido, sem quaisquer respostas ao que o adversário propunha.

  • Sabíamos da dificuldade do jogo, tendo em vista a diferença de aproximadamente 10 dias ou mais de preparação (em relação ao Flamengo) para uma partida importante, e isso ficou evidente. O tempo de preparação é muito importante. Teremos um próximo encontro no dia 12 e certamente vai diminuir essa distância que teve a partir desse período de retorno nosso para fazer a pré-temporada em virtude das conquistas do ano passado – disse o técnico interino.

As alterações mais significativas do Botafogo – as trocas de Ponte e Savarino por Vitinho e Patrick de Paula, respectivamente – foram mais próximas ao fim do que ao início do segundo tempo. Com 3 a 0 para o Flamengo no placar, o gol marcado por Patrick de Paula aos 41 minutos pouco mudou a cara do jogo.

Perder a Supercopa é o menor dos problemas no calendário nacional, mas o desenrolar da derrota no Mangueirão salta aos olhos. John Textor, dono da SAF alvinegra, nunca deu ao torneio um peso grande o suficiente para apressar a busca por um técnico – mas tamanha dificuldade do Botafogo contra o Flamengo, time que superou duas vezes com tranquilidade em 2024, não pode ser ignorada.

Leiria teve o mérito de fazer o arroz com feijão contra o Fluminense, em um jogo em que o Botafogo expôs de forma quase automática o estilo de jogo de 2024. Ao ser desafiado na primeira decisão do ano, entretanto, o treinador mostrou dificuldades e também contou com poucas peças de reposição. Qual é a real capacidade do time de competir nesse processo de transição, busca por um técnico e reforços pontuais? A dúvida ficará na mente dos botafoguenses.
É neste cenário que os clássicos decisivos ganham ainda mais peso, mesmo em torneios não tão relevantes quanto o Campeonato Brasileiro ou a Copa do Brasil. Basta um tropeço para que o planejamento da temporada volte a ser o centro das atenções.

A transição entre Tiago Nunes e Artur Jorge levou dois meses em 2024, e é frequentemente citada no Botafogo como exemplo de que a cautela compensa.

Fonte: GE

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