Economia Brasil tem a conta de luz que mais pesa no bolso entre 34 países Redação11 de outubro de 2023043 visualizações O Brasil tem a conta de luz que mais pesa no bolso do consumidor entre 34 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), grupo formado pelas nações mais desenvolvidas do mundo. Segundo a Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres), o impacto do gasto com energia pesa mais para brasileiros do que para consumidores que vivem em economias com renda mais alta, como Estados Unidos e Espanha, e até mesmo entre aqueles que moram em países emergentes, como Chile e Turquia. Levantamento realizado com base em dados de 2022 mostra o custo residencial da energia elétrica em relação à renda per capita. Os números são da Agência Internacional de Energia e do PIB (Produto Interno Bruto), dividido pelo número de habitantes, calculado para o mesmo ano pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Em média, os brasileiros comprometem 4,54% da sua geração de riqueza anual para o pagamento da conta de luz residencial. Para se ter uma ideia, os espanhóis têm uma média de 2,85%, e os alemães, de 1,72%. Na América Latina, o país fica na frente de economias emergentes, como o Chile (2,65%) e a Costa Rica (2,76%). O ranking da conta de luzCusto de comprar 200 kWh de energia elétrica em cada país, em comparação com o PIB per capita (em %) Brasil – 4,54%República Tcheca – 3,24%Grécia – 3,03%Espanha – 2,85%Costa Rica – 2,76%Itália – 2,69%Chile – 2,65%Letônia – 2,64%Eslováquia – 2,32%Portugal – 2,27%Polônia – 2,26%Países Baixos – 2,1%Turquia – 2,02%Lituânia – 2,02%Bélgica – 2,01%Reino Unido – 2,01%Estônia – 1,96Dinamarca – 1,87%Alemanha – 1,72%Hungria – 1,44%Eslovênia – 1,38%França – 1,23%Áustria – 1,14%Finlândia – 1,12%Nova Zelândia – 1%Suécia – 0,92%Coreia do Sul – 0,79%Irlanda – 0,72%Noruega – 0,70%Suíça – 0,60%Canadá – 0,54%Estados Unidos – 0,48%Islândia – 0,39%Luxemburgo – 0,38% Tributos e subsídiosSegundo a Abrace, pouco mais da metade (60%) do valor da conta de luz está ligada a geração, transmissão e distribuição da energia elétrica. O restante é composto de taxas que bancam políticas públicas, subsídios, impostos e ineficiências do setor. A associação afirma que os brasileiros vão pagar cerca de R$ 10 bilhões ao mês a mais na conta de luz em 2023 só para custear tributos e subsídios. Ao contabilizar todo o ano, o valor chega a R$ 119 bilhões. Na conta de luz, o dinheiro do consumidor garante recursos a diversos setores e fundos, que muitas vezes não têm relação com a área de energia elétrica. Há verbas destinadas, por exemplo, aos segmentos rural e de irrigação, água, esgoto e saneamento. A maior despesa é com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que deve receber das tarifas dos consumidores cerca de R$ 30 bilhões neste ano. O presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, afirma que os brasileiros pagam caro e várias vezes pelo custo da energia elétrica. “Além da conta de luz residencial, toda vez que um cidadão compra um pão na padaria, uma camiseta para o filho ou um saco de cimento para a construção da casa, por exemplo, está também pagando a energia embutida naqueles produtos. Hoje em dia, numa família, um quarto do que ela gasta por mês é com energia”, diz. “Se houvesse diminuição no subsídio e nos impostos, a vantagem competitiva que o Brasil tem de ter uma matriz renovável se evidenciaria”, acrescenta o executivo. Como manter a conta em diaOs brasileiros pagaram em média US$ 34 (R$ 176,50) por 200 kW/hora no ano passado, um valor parecido com o desembolsado pelos poloneses, que foi de US$ 34,39 (R$ 178,50). Ocorre que a nossa renda per capita estava na faixa de US$ 9.000, enquanto no país do Leste Europeu era de US$ 18.000. “O valor de 5% da riqueza anual é muito alto para uma conta de necessidade básica. É necessário que o brasileiro faça um planejamento financeiro para organizar suas contas, reduzindo assim a grande fatia do faturamento anual para uma conta básica”, afirma Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios. Lamounier afirma que a conta deve constar nas despesas fixas, e o consumidor deve se basear nos gastos do último mês, observar se houve aumento da alíquota e provisionar o mais próximo possível do imaginado. “Mapeie sua renda total separando despesas fixas no seu orçamento. Além disso, esquematize as despesas variáveis, como alimentação, transporte e gastos com saúde, e organize as dívidas e os pagamentos, como parcelas de empréstimos e cartão de crédito. Essas ações vão beneficiar o seu salário mensal e anual.” Entre os itens que deixam a conta de luz mais cara para os brasileiros em 2023 estão os tributos e os principais subsídios. No caso de atraso das contas, observe sempre o prazo-limite que a distribuidora concede, para evitar cortes desnecessários e pelos quais depois, no caso de religação ou religação urgente, você terá que pagar uma taxa extra pelo serviço, que pode variar até 60% do valor da fatura. Fonte: r7