Brasil terá ‘surpresa’ com inflação ‘um pouquinho menor do que a expectativa’, diz Tebet no Senado

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou durante audiência no Senado, nesta terça-feira (9), que o Brasil terá uma “surpresa”, porque “sairá uma inflação um pouquinho menor do que a expectativa”. A declaração levou em consideração a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e o Relatório Focus, que traz a expectativa de mercado.

“Estamos com expectativa positiva para abril, maio e junho”, disse, e ressaltou ainda não saber do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a abril.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará na sexta-feira (12) o novo IPCA. Em março, o índice foi de 0,69%, ante 0,76% de fevereiro. A prévia para abril, divulgada no último dia 26, também mostrou recuo em relação a março e caiu para 0,57%.

Durante a declaração, em audiência conjunta das comissões de Desenvolvimento Regional e de Infraestrutura, Tebet ressaltou as quedas sucessivas da inflação como argumento para defender uma redução na taxa básica de juros, a Selic.

O Copom, do Banco Central, manteve a taxa em 13,75%, o que tem sido alvo de críticas constantes da equipe econômica do governo e do próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tebet argumentou que a “inflação está em queda”, que o Brasil está empobrecido e que o crédito está caro para cobrar da instituição monetária uma diminuição da Selic. “Diante desse cenário, é importante fazer uma reflexão da visão monetária não só à luz da visão fiscal, mas também da situação socioeconômica”, cobrou.

Equipe econômica
Na audiência, a ministra também ressaltou os interesses da equipe econômica do governo na aprovação das novas regras fiscais e deixou claro que o Estado vai respeitar as mudanças promovidas pelos parlamentares, desde que não modifiquem “a espinha dorsal” do projeto.

Ela afirmou que o novo arcabouço “vai suprir possíveis equívocos do teto de gastos”, a atual regra fiscal que vigora no país. “Ele vem com regra mais flexível, crível, com foco em controlar gastos e garantir o compromisso social”, disse.

A ministra admitiu haver diferenças internas quanto à visão econômica, mas que esses pontos não prejudicam os trabalhos. “Eu tenho uma visão diferente da do presidente na área econômica”, admitiu, e completou ter aceitado liderar o ministério porque “o que nos une é infinitamente maior do que o que nos separa”.

Notícias Relacionadas

Fórum debate ações antirracistas em escolas da rede municipal

Procon Guarulhos multa loja na região central por publicidade enganosa

Opção pelo Simples Nacional terá início em janeiro