Mundo Brasileira morre após cair do quarto andar de apartamento na Holanda; amigas relatam briga com namorado Redação7 de janeiro de 2025023 visualizações A brasileira Taiany Caroline Martins Matos, de 32 anos, morreu após cair do quarto andar de um prédio na província de Breda, na Holanda, na última sexta-feira (3). Antes da morte, testemunhas ouvidas por jornais locais relataram ter ouvido uma pessoa supostamente sendo atacada e gritos de “não faça isso”. Apenas o namorado da vítima, um holandês de 53 anos, estava no imóvel. A polícia holandesa, no entanto, concluiu que não houve crime. Taiany era pedagoga, natural de Brasília e havia se mudado para a Bélgica há seis anos em busca de uma vida melhor. Ao GLOBO, a irmã da vítima, Naiany Martins, contou que após conhecer o então namorado, há cerca de três meses, a brasileira foi morar na Holanda. A morte da pedagoga, contudo, ainda é um mistério para os familiares, que confrontam a investigação da polícia com relatos de amigas próximas à Taiany. Segundo Naiany, colegas da brasileira na Holanda relataram que ela supostamente vivia um relacionamento abusivo ao ser proibida de trabalhar e sair com conhecidos. Para a família, por outro lado, Taiany nunca havia relatado os abusos e dizia que o casal tinha planos de casar. — Ele (o namorado) dizia que queria casar com ela e era muito romântico. Deu de presente de aniversario para a Taiany uma viagem para o Brasil. Ela chegou aqui dia 14 de novembro e ele queria a controlar, tinha que ver a nossa mãe para acreditar que ela estava em casa. Ela só podia ficar dentro de casa. Até chegamos a falar para ela não voltar mais para a Holanda, mas ela disse que gostava dele e que tinham planos de casar — contou a irmã. Antes e depois da morteUm dia antes da morte, no dia 2 de janeiro, após chegar de uma viagem a Paris com o namorado, onde passaram o Réveillon, Taiany teria decidido sair com as amigas, mesmo contra a vontade do namorado, de acordo com o relato da irmã da vítima. Elas teriam passado a noite toda juntas e, pela manhã, as colegas teriam a acompanhado até em casa. Ao deixarem o apartamento, por volta de 10h, a brasileira teria feito um telefonema às amigas afirmando que o namorado estava tentando pegar seu celular e que “estava com medo dele”. — O relato da amiga é de que o namorado passou a noite toda ligando para a Taiany e que ela estava apreensiva e com medo. Minha irmã teria pedido para as amigas esperarem amanhecer o dia, mas quando as meninas foram embora ele teria tentado tomar o celular dela — afirma Naiany. Em contato entre os familiares e o namorado da vítima, ele disse que a jovem se pendurou numa janela, se desequilibrou e caiu. A polícia local também apontou que a morte foi acidental após ter realizado uma investigação que, segundo os parentes de Taiany, foi concluída em um único dia, sem ouvir testemunhas. O GLOBO procurou a polícia da Holanda para obter mais informações sobre o caso, mas ainda não obteve retorno. Ao jornal BN DeStem, testemunhas que estavam proxímo ao prédio no momento da queda da brasileira relataram ter ouvido alguém gritar “não faça isso, não faça isso”. Outro morador disse que “parecia que alguém estava sendo atacado.” Dificuldade de translado do corpoA família de Taiany tem encontrado dificuldade para conseguir pagar o traslado do corpo da brasileira para o Distrito Federal. O custo para liberar o corpo da pedagoga e trazê-lo para o Brasil seria de 7 mil euros. Segundo os parentes da vítima, o namorado se recusou a ajudar no pagamento do transporte do corpo. Uma vaquinha foi iniciada para ajudar nos custos. — Domingo ele (o namorado) disse que mandaria o corpo, e agora diz que não vai ajudar mais. A minha mãe abraçou a filha dela no dia 27 de dezembro com vida e quer ter a chance de se despedir dela de forma digna também — disse Procurado pela reportagem, o Itamaraty ainda não retornou sobre o caso. ‘Mulher cheia de vida’Há seis anos quando se mudou para a Bélgica, Taiany trabalhava em uma pizzaria. Segundo a família, ela levou essa vida até conhecer o namorado e se mudar para a Holanda. Formada em pedagogia, a irmã conta que a vítima amava viajar e falava vários idiomas. — Ela conseguiu aproveitar muito a vida. Era uma mulher cheia de vida. Estamos arrasados e em busca de respostas — lamenta a irmã. Fonte: OGLOBO