Brasil Brigadeirão: à mãe, psicóloga disse que ‘fez uma besteira’ a mando de ‘cigana’ Redação5 de junho de 2024035 visualizações Carla Cathermol, mãe de Júlia Andrade Pimenta Cathermol, presa suspeita de matar o namorado, Luiz Marcelo Antônio Ormond, com um brigadeirão envenenado, declarou à polícia que a filha lhe disse que “fez uma besteira obrigada por Suyany” — mulher que se apresenta como cigana, que também está presa. Suyany afirma ter R$ 600 mil a receber de Júlia por “trabalhos espirituais de limpeza”. Uma nota da defesa de Júlia divulgada nesta quarta-feira (5) propõe “um olhar mais apurado” na “questão da religiosidade”, citando indiretamente Suyany Breschak (veja abaixo). O g1 teve acesso aos depoimentos de Carla e de Marino Bastos Leandro, padrasto de Júlia. Eles foram conduzidos para a 25ª DP (Engenho Novo) depois que não compareceram espontaneamente para prestar esclarecimentos. Nesta quarta (5), Carla foi à delegacia com objetos pessoais para a filha, como pasta e escova de dente. Júlia passou a madrugada na distrital após se entregar e aguardava transferência para o sistema penitenciário. O que disse a mãeSegundo Carla, ela e Marino estiveram na casa de Júlia no dia 27 de maio e perceberam “que a filha estava bastante aflita e abatida”. Júlia “jamais verbalizou que havia matado alguém”, mas repetia que “tinha feito uma besteira”. A mãe decidiu levá-la para Maricá, onde mora. Lá, Júlia disse que “estava sob forte ameaça de Suyany há muito tempo” e que fez a “besteira” obrigada pela “cigana”. A psicóloga teria confessado à mãe acreditar qure Suyany iria matar a família toda “por meio de feitiçarias”. Ainda de acordo com Carla, a filha admitiu ter entregado os bens do empresário para Suyany, também a mando da pretensa cigana. A mãe declarou à polícia acreditar que a filha de fato temia “os poderes mágicos de Suyany”. O que disse o padrastoNo depoimento, Marino Bastos Leandro, padrasto de Júlia, também disse que ela contou para a família que foi induzida por uma “feiticeira” a fazer uma besteira. E que ela fez, pois a mulher afirmou que mataria, por meio de um feitiço, a família toda. Segundo o padrasto, ele questionou se ela acreditava nessas coisas. Ele afirmou que, até o momento, não sabia o que ela tinha feito. De acordo com ele, a todo momento Júlia afirmava que tinha feito uma besteira e ia pagar pelo que fez. Foragida, Júlia chegou a se esconder na casa da família, em Maricá. Marino, que é policial civil aposentado, afirmou que tentou fazer com que ela se entregasse, mas a esposa foi contra e estava abalada com a situação. No dia 31 de maio, ela deixou a casa da família e foi para um lugar que eles não sabiam onde era. Carla chegou a dar para ela R$ 400. Depois disso, eles não tiveram mais notícias da mulher até ela se entregar. O padrasto afirmou que pagava um curso de pós-graduação e que, vez ou outra, ele emprestava dinheiro a ela. Marino afirmou que, há um mês, Júlia propôs que ele a emprestasse R$ 100 mil para investimento em um fundo e que, inclusive, mostrou uma planilha. Ele contou que não tinha toda a quantia e, então, ele transferiu R$ 60 mil para ela. Ao contar o envolvimento com a feiticeira, Júlia disse que entregou todo o dinheiro para ela. “Júlia, como você pode fazer uma coisa dessas comigo?”, chegou a questionar Marino, mas ela ficou calada. Ele disse que considera Júlia como filha. O que disse a advogadaHortência Menezes divulgou uma nota em que pede “um olhar mais apurado” na “questão da religiosidade”. “Uma das partes envolvidas é uma orientadora e conselheira espiritual de uma determinada denominação religiosa”. “Precisamos entender como foram os 11 anos existentes dessa relação, de aconselhamento e de orientação ‘religiosa’ existente com minha cliente, fundamentada na monetização financeira e no medo”, escreveu. “Esperamos também encontrar respostas nas provas técnicas que serão produzidas com a quebra dos dados telemáticos, telefônicos e do sigilo bancário dos envolvidos, inclusive da vítima”, emendou. Fonte: G1