Buscas por foragidos de Mossoró completam um mês nesta semana

Os dois detentos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró (RN) completam um mês foragidos nesta semana. Em 14 de fevereiro, Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça conseguiram escapar durante a madrugada.

Segundo o Ministério da Justiça, integrantes da elite da PF (Polícia Federal) e das operações especiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal) chegaram em Mossoró na manhã de 16 de fevereiro.

Os dois fugitivos são suspeitos de ter ligações com a facção Comando Vermelho, no Acre, onde o grupo domina as operações criminosas e onde a dupla estava presa até setembro do ano passado.

Na última sexta-feira (8), a Polícia Federal prendeu um suspeito de ajudar os fugitivos. Foi a sexta prisão desde a fuga. A polícia também investiga um casal suspeito de comprar roupas para os foragidos.

Os fugitivos já foram vistos em diversas ocasiões. No entanto, os investigadores não conseguem capturá-los. A Força Nacional trabalha em colaboração com a Polícia Federal nas buscas. O contingente composto por 111 policiais e bombeiros militares, além de 15 viaturas, chegou à cidade em 23 de fevereiro.

De acordo com especialistas em segurança pública ouvidos pelo R7, falhas estratégicas e a demora na reação dificultam a captura dos dois fugitivos. Esta é a opinião, por exemplo, do especialista Leonardo Sant’Anna. “O primeiro item foi o tempo que levou até que a fuga fosse percebida. Essa demora é extremamente prejudicial, caso se queira fazer uma captura em um curto espaço de tempo”, diz.

Sant’Anna aponta ainda a demora até que as forças se reuniram para realizar a busca. “Esses elementos, realmente, colocam as instituições públicas em uma situação extremamente delicada”, avalia.

Veja a seguir a cronologia das buscas pelos fugitivos de Mossoró

  • 16/2
    Moradores disseram ter visto a dupla em diversas ocasiões. Dois dias após a fuga, Deibson e Rogerio teriam feito uma família refém, na zona rural de Mossoró. Neste dia, a polícia também encontrou pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária, em uma área de mata.
  • 22/2
    Três pessoas foram presas em flagrante por supostamente terem facilitado a fuga dos detentos.
  • 26/2
    Um homem identificado como Ronaildo da Silva Fernandes foi preso por suspeita de ajudar os fugitivos. Ele é dono de um sítio em Baraúna, município na zona rural do RN que fica na divisa com o Ceará, e teria recebido R$ 5 mil para abrigar Deibson e Rogerio por oito dias.
  • 27/2
    Os fugitivos foram vistos em um vilarejo no Rio Grande do Norte. Segundo informações obtidas pela RECORD, os moradores do local reconheceram Deibson e Rogerio, que voltaram para a mata antes da chegada da polícia.
  • 1º/3
    Durante a madrugada, a Polícia Federal acionou helicópteros, drones, equipamentos que captam calor humano e cachorros farejadores, que sentiram o cheiro dos fugitivos e percorreram 600 metros, mas sem êxito. Àquele momento, as autoridades acreditavam que os foragidos estavam perdidos e sem ajuda, já que os rastros indicavam que estavam voltando para o estado, em vez de tentar fugir.
  • 3/3
    Forças de segurança cercaram uma fazenda em Baraúna, após moradores da região relatarem ter visto os foragidos durante a madrugada. Os dois teriam invadido uma propriedade rural e agredido um agricultor. De acordo com policiais que participam das buscas, os detentos roubaram outros moradores.

600 agentes nas buscas e R$ 30 mil de recompensa

Mais de 600 agentes estão à procura dos detentos. Os investigadores concentram as buscas entre Mossoró e Baraúna, cidades separadas por uma distância de cerca de 35 km.

A Polícia Federal passou a oferecer uma recompensa de R$ 30 mil por informações que levem à captura dos foragidos. A denúncia anônima pode ser feita pelo número 181 ou por mensagem para o celular (84) 98132-6057.

O que acontece se forem capturados?

Caso sejam capturados, os fugitivos deverão responder pelo crime de fuga, considerada uma falta disciplinar. Pelo ineditismo do ocorrido, sendo o primeiro caso registrado em um presídio de segurança máxima no Brasil, ainda não é conhecida a punição que os bandidos receberão quando forem pegos pela polícia.

Em casos de presos de regime semiaberto, por exemplo, o fugitivo retorna a um presídio de regime fechado.

Fonte: r7

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