São Paulo Segurança Cães policiais encontram mais de 31 toneladas de drogas em quatro anos, em São Paulo Redação23 de maio de 2023046 visualizações Os cães policiais que atuam no estado de São Paulo impediram a venda de mais de 31 toneladas de drogas entre 2019 e 25 de abril de 2023, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O dado foi obtido pelo R7 via Lei de Acesso à Informação. E revela a importância do trabalho dos cães na polícia, segundo especialistas A maconha foi a droga mais encontrada pelos animais no período, com mais de 10 toneladas apreendidas. Na sequência vem a cocaína, com 4 toneladas, e o crack, com quase 684 kg. As outras 16 toneladas são de drogas não especificadas pela corporação e podem incluir a K9 e a metanfetamina, entre outros entorpecentes. Para o tenente Febrônio, que está à frente do trabalho no canil da Polícia Militar de São Paulo, o cão é a principal ferramenta na patrulha de pontos de drogas. “Quando o cachorro muda seu comportamento, se senta ou deita em determinado local, a gente já sabe: pode procurar ali que vai achar droga”, conta. O trabalho feito com a ajuda do faro canino tem o objetivo principal de combater o tráfico de drogas, mas os animais também auxiliam na localização de corpos, na busca por pessoas desaparecidas e até mesmo na proteção. Além disso, os cães podem participar de operações no trânsito e em aeroportos. “A tecnologia avança e o que a gente percebe é que não há nenhuma ferramenta com a habilidade de um cachorro”, pondera o tenente. Treinamento feito para o encontro das drogasOs cachorros passam dois anos praticando para finalmente irem trabalhar nas ruas e auxiliar o trabalho da PM. Durante esse tempo, os treinadores, que são os próprios policiais condutores dos animais, testam o faro dos cães a partir de amostras de drogas. Se os animais encontram e indicam o local em que o entorpecente está escondido, são recompensados com um brinquedo. “É como se fosse uma presa para eles”, afirma o tenente Febrônio. Ainda segundo o oficial, a reação do cão ao encontrar drogas ou artefatos explosivos é a mesma: eles se sentam ou deitam no local. A equipe de reportagem acompanhou um dos cães filhotes em treinamento. Os agentes instalam um painel com cerca de 15 buracos. E a droga está escondida em um deles. Quando o cachorro indica ao seu condutor a localização do entorpecente, recebe o brinquedo. É importante ressaltar que a vida do cachorro policial não é só trabalho. No canil da PMSP (Polícia Militar de São Paulo), os animais têm uma vasta área para correr e brincar e podem até fazer uso das piscinas do local. Além disso, muitos policiais têm uma relação afetiva com o cachorro. Algumas vezes, os agentes abrem mão de suas folgas para ir até o canil e levá-los para passear. Qualquer raça pode trabalhar como cão policial?De acordo com o tenente Febrônio, qualquer raça de cachorro pode trabalhar na polícia, mas há algumas mais adaptadas. No canil da PM de São Paulo, por exemplo, trabalham cachorros das raças pastor-belga malinois, pastor-alemão, labrador e holandês. “Hoje em dia o trabalho do cão policial não está atrelado à raça. Desde que esteja adequado à função, pode ser até um vira-lata”, explica. No entanto, o policial militar Arruda, que atua também como veterinário do canil da polícia, conta que nem todos os cachorros que passam pelo treinamento da corporação têm o que é preciso para o trabalho. “É como nas provas que precisamos fazer para entrar na polícia. Nem todos se adaptam a alguns serviços da função. E com os cachorros é a mesma coisa. Quando isso ocorre, o policial que começou a treinar o animal pode adotá-lo ou ele vai para a adoção. Se [o animal] chegou aqui por meio de doação, ele volta para a pessoa responsável”, ressalta. Durante a visita do R7 ao canil, o policial veterinário evidenciou o cuidado com a saúde dos animais. Segundo Arruda, os cachorros passam por avaliação médica todos os dias antes de irem para as ruas. Cada cão só pode trabalhar seis horas por dia. E todos os animais sempre se aposentam aos 10 anos de idade. Ainda de acordo com o veterinário, ao completar 6 anos de idade, os cachorros policiais também passam a fazer exames mais específicos, já que, nessa faixa etária, animais de porte grande, como os que trabalham no canil, passam a ser considerados idosos. Veja a quantidade de drogas apreendidas pelos cães policiais da PMSP desde 2019: 2019 Maconha: 1.418,78 kg Cocaína: 2.675,76 kg Crack: 201,19 kg Outros: 62,82 kg 2020 Maconha: 2.225,23 kg Cocaína: 512,61 kg Crack: 317,9 kg Outros: 33,9 kg 2021 Maconha: 1.728,7 kg Cocaína: 497,35 kg Crack: 70,60 kg Outros: 37,73 kg 2022 Maconha: 3.804,52 kg Cocaína: 395 kg Crack: 85,30 kg Outros: 16.156,8 kg 2023 – até 25 de abril Maconha: 925,10 kg Cocaína: 61,13 kg Crack: 9 kg Outros: 142,32 Kg Fonte: r7