Cão morre após tocar em fio de média tensão que se rompeu em temporal, e corpo fica mais de 24 horas na rua com cabo energizado

Um cachorro de 10 anos morreu eletrocutado na manhã de sábado (12) após tocar em um fio de média tensão que se rompeu na rua Diogo dos Quadros, Santo Amaro, Zona Sul da capital paulista, durante o temporal que atingiu a cidade na noite de sexta (11).

Ao g1, os tutores de Bartho, Marina Guedes Corrêa e Rafael Kahane, relataram que o acidente foi durante um passeio pelo bairro. O corpo do animal ficou mais de 24 horas na rua com o fio energizado, o que causou indignação por conta da demora da concessionária em desligar a energia da rua.

O acidente foi às 7h15 de sábado (12) e o desligamento da energia ocorreu apenas 12h15 de domingo (13). Em nota, a Enel informou que lamenta a morte do animal e que entrará em contato com a família para prestar assistência. A concessionária não disse o motivo da demora em ir até o local (veja nota completa abaixo).

“A gente quer se despedir do Bartho, que estava com a gente 5 anos. Nós o adotamos, e era um animal tranquilo e alegre. Queremos dar um fim digno a ele, já que teve uma história tão linda com a gente. Só queremos nos despedir. Mais de 24 horas que ele está preso ao fio ligado”, ressaltou Rafael, na manhã deste domingo (13), enquanto o animal ainda estava no local com o cabo energizado.

Conforme Rafael, ele e a esposa costumam caminhar com os dois cachorros de estimação diariamente pelo bairro no período da manhã. No sábado (12), durante o passeio, Bartho tocou no fio energizado que se rompeu durante o temporal de sexta. Ele morreu eletrocutado na hora.

“O Bartho estava andando um pouco a nossa frente e, inesperadamente, ele pisou num cabo de alta tensão que estava rompido. Foi muito rápido. Avassalador. A gente nunca imagina que vamos passar por um momento desses na nossa frente”, contou Rafael.

“Poderia ter acontecido com qualquer um. Foi em frente a uma creche de educação infantil e por sorte não teve evento no Dia das Crianças. Deus me livre se acontecesse com uma criança”, complementou Rafael.

Ainda conforme os tutores, eles acionaram o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar ainda no sábado, mas foram informados de que não podiam chegar perto do animal até que a energia fosse desligada pela concessionária Enel.

Com isso, o casal afirmou que passou mais de 24 horas angustiado com o fato de que o corpo do animal estava na rua sem poder ser removido por conta da demora do desligamento da energia, e com o risco de ter outro acidente.

“Finalmente desligaram a energia por volta do meio-dia deste domingo. E a gente removeu o corpinho. Decidimos que vamos cremar e fazer uma cerimônia que honre a sua história conosco”, afirmou Rafael.

O que diz a Enel
“A Enel Distribuição São Paulo lamenta a morte do cachorro Bartho, ocorrida após o animal entrar em contato com um cabo de média tensão da companhia em Santo Amaro, em função do severo evento climático que afetou a área de concessão. A distribuidora isolou o risco no local e encaminhou uma equipe para realizar os reparos necessários na rede. A empresa acrescenta que entrará em contato com os tutores para oferecer assistência”.

900 mil sem energia no domingo
A Enel informou que cerca de 900 mil clientes da capital paulista e cidades da Grande São Paulo ainda continuavam sem energia elétrica até as 8h deste domingo (13).

A falta de energia ocorre após um temporal ter atingido o estado de São Paulo na última sexta-feira (11). Segundo a Defesa Civil, sete pessoas morreram na Grande SP e no interior do estado (veja mais abaixo).

Ainda conforme a concessionária, que atende São Paulo e Região Metropolitana, até as 8h de domingo cerca de 1,2 milhão de clientes tiveram o serviço restabelecido.

“Em alguns casos, o trabalho para restabelecer a energia é mais complexo, pois envolve a reconstrução de trechos inteiros da rede”, ressaltou a empresa.

A companhia ainda afirmou que está atuando com cerca de 1,6 mil técnicos em campo e trabalhando para mobilizar no total cerca de 2,5 mil profissionais.

“Esse contingente está sendo ampliado com a mobilização de equipes adicionais, além da chegada de técnicos do Rio, do Ceará e de outras distribuidoras”.

Além da capital, com cerca de 552 mil clientes impactados, os municípios mais afetados são, conforme a Enel:

  • São Bernardo do Campo: 60,4 mil;
  • Cotia: 59 mil;
  • Taboão da Serra: 55,5 mil.

O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, informou neste sábado (12) que a empresa não tem previsão de retomada total do fornecimento de energia na Grande SP.

Guilherme disse que as áreas mais afetadas foram as Zonas Oeste e Sul de São Paulo, além dos municípios de Taboão da Serra, São Bernardo, Santo André e Diadema.

“Não é questão de não saber e não passar. E não quero colocar uma expectativa que seja frustrada. (…) A gente tem consciência do transtorno causado por eventos como esse e sabemos da nossa responsabilidade. Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os nossos clientes”, declarou.

O presidente da Enel também afirmou que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.

Lencastre culpou o vento histórico que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande SP, com rajadas de mais de 107,6km/h pelos transtornos ocorridos na cidade, que afetaram mais de 2,1 milhões de clientes da empresa desde sexta (11).

Abastecimento de água
A falta de luz na Grande SP já afeta o abastecimento de água em várias cidades da região, segundo a Sabesp.

Segundo a empresa, as regiões mais afetadas pelos problemas de distribuição de água são a capital paulista, São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e Cotia.

No comunicado divulgado neste sábado (12), a Sabesp pediu economia de água e uso racional até a volta completa da energia elétrica, que afetou o funcionamento das estações elevatórias de tratamento e abastecimento nessas regiões.

Mortes e estragos da sexta
Na contagem feita até o início da tarde deste sábado (12), sete pessoas morreram no estado de SP em virtude das chuvas. Três delas em Bauru, no interior, e quatro na Região Metropolitana:

  • Bauru: três mortes após queda de muro;
  • São Paulo: uma morte após queda de árvore no bairro Campo Limpo;
  • Diadema: uma morte após queda de árvore;
  • Cotia: duas mortes após queda de muro .

Regiões afetadas:

  • CAPITAL: Vila Formosa, Jardim São Luiz, Capão Redondo, Morumbi, Americanópolis, Vila do Encontro, Parque Bologne, Interlagos, Grajaú, Parelheiros, Sapopemba, Cursino, Jardim Marilda, Vila Clara, Vila Romana, Ipiranga, Vila Jaguara, Pirituba, Parque Anhanguera, Vila Maria e Jaraguá;
  • SANTO ANDRÉ: Vila Progresso, Miguel Ângelo, Vila Suíça, Gerassi e São Jorge;
  • SÃO CAETANO: Vila Gerty;
  • SÃO BERNARDO DO CAMPO: Vila Planalto e Nova Petrópolis;
  • COTIA: Jardim Atalaia;
  • CAJAMAR: Jordanésia e Parque São Roberto.


Previsão para domingo
No domingo (13), os ventos que sopram do mar favorecem o ingresso de umidade e a formação de muitas nuvens em toda a faixa leste paulista.

Com isso, o céu varia de nublado a encoberto, e a temperatura apresenta declínio. A mínima prevista é de 16°C, e máxima, de 23°C.

Fonte: G1

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