Guarulhos Carro de jovens que invadiram contramão e provocaram morte de motorista por app em Guarulhos estava a 114 km/h, aponta perícia Redação14 de agosto de 2024049 visualizações O carro que atingiu e matou o motorista de aplicativo Ednaldo de Souza Mendes, em Guarulhos, na Grande São Paulo, estava a 114 km/h em uma avenida em que o limite de velocidade é de 50 km/h, segundo a perícia da Polícia Civil. O veículo dirigido pela vítima estava a 18 km/h. O carro era dirigido por Felipe Malheiro e Gustavo Moreira Cardoso, que estão presos. Eles foram indiciados por homicídio doloso com dolo eventual. Os peritos também encontraram uma caixa de uísque e uma tampa de garrafa no local. O veículo em que os amigos estavam invadiu uma via na contramão, durante uma ultrapassagem, e bateu de frente no carro da vítima. Câmeras de segurança gravaram a batida na Avenida Doutor Timóteo Penteado. No momento do acidente, Felipe, de 21 anos, se apresentou à polícia como sendo o motorista. Horas depois, entretanto, admitiu que mentiu e não dirigia no momento do acidente. Por esse motivo, ele foi indiciado por fraude processual. Quem conduzia o carro era Gustavo, que não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e foi responsável pela batida. Como Felipe autorizou o amigo a dirigir o automóvel, ele também responderá por crime de trânsito de entregar veículo a pessoa não habilitada. Os advogados de defesa de Felipe e Gustavo disseram que não vão se manifestar sobre a perícia. Garrafa de uísque e sem bafômetroUma garrafa de uísque foi encontrada pela polícia no banco do passageiro do veículo. Os envolvidos na batida, entretanto, foram liberados pela PM sem fazer bafômetro. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, os policiais avaliaram que os condutores envolvidos estavam conscientes e que seria caso de lesão corporal leve, informou o delegado. A ocorrência foi incialmente registrada como morte suspeita ou acidental, mas depois passou a ser investigada como homicídio culposo por dolo eventual (quando se assume o risco de matar), mas os rapazes foram indiciados por homicídio doloso. Ednaldo chegou a ser levado para o hospital, passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Motorista deu detalhes antes de morrer, diz filhoAntes de morrer, o motorista conseguiu falar com a família sobre o acidente. Ele chegou a ficar internado e passar por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. “Como ele ainda tinha clareza de tudo, ele conseguiu falar tudo o que aconteceu. Disse que ele estava subindo a Timóteo Penteado, quando ele viu um carro vindo em alta velocidade na contramão e ele só pensou: ‘é aqui que eu morro’. Ainda tivemos esse momento com ele pra nos despedir, digamos assim”, disse Davi Silva, filho da vítima. “Quando eu cheguei ao acidente, os policiais informaram que não era necessário o bafômetro. Me informaram que tinha um segurança num estabelecimento 24 horas, na frente de onde aconteceu o acidente. E eu conversei com esse segurança, ele relatou o mesmo acontecimento que vi no vídeo, que meu pai relatou. E ele também relatou que, quando quatro jovens saíram do carro, ele pôde ver uma garrafa de uísque vazia dentro do carro”, ressaltou Davi. “Quando eu abri o boletim, já de óbito, eu relatei para o delegado em questão, mas nos ainda não temos acesso ao boletim da Polícia Militar. Então, nós não sabemos se esse fato foi incluído ou não”, diz o filho da vítima. “O que fica dele é a saudade. É tentar honrar esse legado que ele nos trouxe de honestidade, de ser uma pessoa que luta sempre por aquilo que ele acha justo. E até por isso que nós queremos Justiça para o meu pai, assim como teve esse recente caso aí da Porsche. Nós também queremos que não fique assim, né. Meu pai merece ter Justiça, assim como ele sempre lutou pelo que é justo”. Fonte: G1