Caso Ferrugem: polícia conclui que ambientalista foi assassinado por ciúme

A polícia de São Paulo concluiu que a morte do ambientalista Adolfo Duarte foi causada por ciúme. O líder ambiental, conhecido como Ferrugem, foi encontrado morto na represa Billings, na zona sul de São Paulo, no começo de agosto. Após a investigação, a polícia indiciou os quatro jovens que estavam na embarcação após o desaparecimento do barqueiro e pediu a prisão preventiva.

Segundo a polícia, um dos jovens, o investigado Mauricius da Silva, no momento em que não estava na presença de Vithorio, outro dos jovens, pediu para ser novamente ouvido pela polícia. Ao prestar um novo depoimento, ele mudou a versão dos fatos. Mauricius disse que Vithorio Alax Silva Santos matou o ambientalista.

Mauricius e Vithorio, de acordo com o depoimento, tinham a intenção de ficar com as jovens quando começaram o passeio. Na noite da diversão, Vithorio teria se sentido enciumado quando Ferrugem dançou com Mikaely. Nesse momento, ele teria, segundo a polícia, acionado intencionalmente um dispositivo do barco para ocasionar o solavanco e a queda da vítima, juntamente com Mikaely.

Os laudos do IML (Instituto Médico Legal) revelaram que não houve afogamento. Segundo os resultados, o ambientalista morreu por asfixia mecânica. De acordo com o depoimento de Mauricius, Adolfo teria tentado retornar ao barco pela escada dos fundos, mas Vithorio não teria permitido. No depoimento, Mauricius não soube informar “qual o instrumento usado por ele [Vithorio] para asfixiar a vítima”.

Agora, segundo a polícia, é possível dizer que o executor da asfixia mecânica foi Vithorio e que os demais participaram do embate corporal e colaboraram para que o crime fosse praticado.

Os quatro jovens vão responder por homicídio triplamente qualificado. A perícia realizada nos celulares dos envolvidos mostrou diálogos em que os jovens combinaram versões e planejaram uma fuga. Eles estavam presos temporariamente desde o dia 4 de agosto. A polícia indiciou os quatro jovens por homicidio triplamente qualificado e representou pela prisão preventiva.

Entenda o caso
O ambientalista Adolfo Souza Duarte desapareceu após cair de uma embarcação na represa Billings, no Grajaú, zona sul de São Paulo, no dia 1º de agosto. Segundo informações do boletim de ocorrência, ele trabalhava com viagens de barco para visitantes que quisessem conhecer a represa.

Nessa noite, os amigos Kathielle Souza Santos, Mikaely da Silva Moreno, Vithorio Alax Silva Santos e Mauricius da Silva estavam em um bar próximo à represa quando decidiram fazer um passeio de barco, oferecido por Ferrugem.

O grupo teria pago cerca de R$ 55 para começar o passeio, às 19h16. Segundo depoimento, Ferrugem teria posto colete salva-vidas apenas nas mulheres e dito que elas poderiam ficar sem a proteção após alguns minutos de viagem.

Em determinado momento, o barco sofreu um solavanco, o que fez com que Mikaely e Ferrugem caíssem na água. Os amigos conseguiram fazer um retorno com o volante do veículo e jogar uma boia para resgatá-los. Apenas Mikaely teria se segurado na boia, e Ferrugem não foi mais visto.

O barco, então, atracou na margem da represa. O quarteto desceu e pediu ajuda a frequentadores do bar, porém alguns deles teriam começado a agredir três dos amigos com socos e chutes, alegando que eles teriam matado Ferrugem.

Antes das buscas oficiais, alguns colegas de Ferrugem o procuraram, sem sucesso. De acordo com a polícia, os quatro jovens não conheciam o ambientalista. Mauricius, Kathielle e Vithorio, que sofreram ferimentos com as agressões, foram encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo de delito.

O sócio de Ferrugem, Adrian, confirmou que a vítima era responsável por conduzir as embarcações. Ele informou que o barco estava com a popa danificada. O rastreador mostra que ele foi ligado às 19h16 e desligado às 20h12, o que acabou causando estranhamento.

Fonte: Com informações da Agência Estado

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