Segurança Caso Vitória: MP conclui que principal acusado matou a jovem sozinho e pede nova investigação para saber se outra pessoa o ajudou a ocultar corpo Redação29 de abril de 2025013 visualizações O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou nesta terça-feira (29) Maicol Santos, acusado de matar Vitória Sousa, por sequestro, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. A Promotoria ainda pediu a conversão da prisão temporária para preventiva, sem prazo para sair. Em caso de condenação na Justiça, Maicol pode receber uma pena de 50 anos de prisão. Para o promotor Jandir Moura Torres Neto, Maicol matou sozinho a adolescente de 17 anos em 27 de fevereiro em Cajamar, na Grande São Paulo. Apesar disso, ele também determinou que a Polícia Civil abra um novo inquérito para investigar se mais uma pessoa o ajudou a ocultar o corpo. A perícia da Polícia Técnico-Científica encontrou material genético de um homem ainda não identificado dentro do carro de Maicol. A delegacia da cidade vai apurar se essa pessoa participou do crime. “Apenas em relação a ocultação de cadáver foi pedida abertura de um novo inquérito para saber se Maicol teve a ajuda de alguém para esconder o corpo de Vitória”, disse o promotor Jandir. Vitória foi morta depois de sair do shopping onde trabalhava em Cajamar, em 26 de fevereiro. Ela foi abordada pelo assassino após descer no ponto a caminho de casa, segundo a investigação. O corpo foi encontrado em 5 de março. Estava nu, com cortes de faca pelo corpo, numa área de mata fechada na região. Segundo a acusação, Maicol cometeu o crime após abordar a vítima com seu carro e discutir com ela. Maicol foi denunciado pelos seguintes crimes: Sequestro qualificado: por ter matado uma pessoa com menos de 18 anos de idade para fins libidinosos;Feminicídio qualificado: por ter matado a garota pela condição e desprezo por ela ser do sexo feminino, e ter dificultado a defesa da vítima pelo meio cruel (para ocultar um crime anterior, que foi o sequestro) e motivo fútil;Ocultação de cadáver: por ter escondido o corpo de Vitória na mata;Fraude processual: por três vezes porque limpou o carro dele onde levou o corpo da vítima, bem como usou produtos de limpeza na casa para eliminar vestígios de Vitória e apagou todos os dados do celular dele. Como foi o crimeMaicol, morador do mesmo bairro onde a vítima morava, está preso pela Polícia Civil desde 8 de março. O prazo para a prisão temporária dele vence no início de maio. O homem tem 26 anos chegou a confessar o crime, num vídeo gravado na delegacia pelos policiais. Maicol alegou que havia matado Vitória sozinho. Contou que teve um relacionamento com ela há cerca de um ano. Mas a moça, segundo ele, ameaçava contar a sua esposa que o vizinho tinha sido infiel e a traiu com a adolescente. Sua defesa alega que não estava presente quando ele foi interrogado. Mas segundo a SSP, o depoimento foi legal porque policiais chamaram uma advogada, que não defendia o preso, para acompanhar a confissão. Defesa alega inocência Os advogados de Maicol, no entanto, gravaram depois um áudio no qual o preso acusa policiais de tê-lo ameaçado e coagido a confessar que matou Vitória (assista e ouça acima). Sua defesa analisa a possibilidade de usar o áudio para pedir à Justiça a anulação da confissão. De acordo com os advogados, seu cliente é inocente e não assassinou a vítima. Por esse motivo, a defesa informou à imprensa que Maicol não irá comparecer a reconstituição. Na semana passada, laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML) concluíram, a partir de exames de DNA, que o sangue encontrado no carro e na casa de Maicol era mesmo de Vitória. Quando confessou o crime, o suspeito havia dito que tinha dado carona para a vítima. E que a esfaqueou após uma discussão na qual, segundo ele, ela o agrediu. Os cortes foram no rosto, pescoço e tórax. Como foi a reconstituiçãoA Polícia Civil ainda aguarda o resultado do laudo pericial da reconstituição do caso Vitória. Ela foi realizada no último dia 24 de abril em Cajamar. E não teve a participação do suspeito preso pelo assassinato da adolescente. A perícia da Superintendência da Polícia Técnico-Científica fez a reprodução simulada, nome que se dá a reconstituição, no ponto de ônibus onde Vitória foi vista pela última vez entrando no coletivo (câmeras de segurança gravaram ela). E também foi para a casa de Maicol. Além de ir para a área de mata onde o corpo da vítima foi encontrado. Mesmo assim, a perícia tentou reproduzir o que pode ter acontecido com Vitória a partir de informações que Maicol deu na confissão. Também foram usadas informações dos depoimentos de outras testemunhas juntamente com as imagens das câmeras de segurança que gravaram os últimos momentos da vítima viva, caminhando em direção ao ponto de ônibus. Maicol disse ainda que ficou desesperado e, após ficar com ela na casa dele, decidiu enterrá-la no mato, na zona rural de Cajamar. Segundo a investigação, Maicol se comportava como um ‘stalker’ (alguém que persegue e monitora outra pessoa obsessivamente). Fonte: G1