Cheque de R$ 65 milhões é entregue à Prefeitura de SP para a compra do terreno do Parque do Bixiga

A Prefeitura de São Paulo recebeu, nesta segunda-feira (12), um cheque de R$ 65 milhões para a construção do Parque do Bixiga, na região central da capital. O valor, destinado à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, é apenas para a compra do terreno.

O cheque foi entregue pela Universidade Nove de Julho (Uninove) após a Justiça ter homologado um acordo de R$ 1 bilhão com o Ministério Público.

Em 2013, durante as investigações da máfia dos fiscais, os promotores descobriram que a universidade pagou R$ 5,6 milhões para dois agentes da prefeitura não fiscalizarem a instituição, de maneira que a empresa deixasse de recolher impostos num período de quase 10 anos, entre 2003 e 2012.

O acordo de improbidade administrativa no valor de R$ 1 bilhão é o maior já fechado pelo Ministério Público do estado e previa o destino de ao menos R$ 51 milhões da multa pelo não recolhimento de tributos justamente para o Parque do Bixiga.

Ainda serão arrecadados recursos para a elaboração de um projeto e criação do parque. O projeto de lei para a criação do parque foi aprovado no dia 2 de julho pela Câmara de São Paulo.

Na próxima segunda-feira (19), será realizada uma reunião no Ministério Público de São Paulo para a discussão referente ao projeto e ao nome do parque. Estarão presentes entidades da sociedade civil, a Secretaria do Meio Ambiente e o promotor Silvio Marques, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da capital.

A criação do Parque do Bixiga coloca fim à disputa entre o dramaturgo Zé Celso, fundador do Teatro Oficina Uzyna Uzona, e de Silvio Santos. Dono do local desde a década de 80, o Grupo Silvio Santos pretendia construir três prédios de até 100 metros de altura onde hoje será o parque.

Há vereadores que querem homenagear Zé Celso, e outros, Silvio Santos.

Zé Celso defendia que a construção dos prédios prejudicaria as atividades culturais do teatro e desconfiguraria o projeto da arquiteta Lina Bo Bardi. O Teatro Oficina também foi inscrito no Livro do Tombo Histórico e no Livro do Tombo das Belas Artes, pelo Iphan (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional) em 24 de junho de 2010.

O tombamento determina os padrões para a preservação das características do espaço, e delimita como entorno a área de proteção visual em frente ao Viaduto Júlio de Mesquita Filho.

Durante anos, Zé Celso e Silvio Santos se reuniram diversas vezes para tentar resolver o impasse do terreno. O dramaturgo morreu em um incêndio em julho do ano passado sem ver o sonho do Parque Bixiga ser concretizado.

Projeto arquitetônico
O secretário do Meio Ambiente, Rodrigo Ravena, afirmou à TV Globo que o projeto do Parque do Bixiga vai ser escolhido por meio de um concurso organizado pelo IAB, o Instituto dos Arquitetos do Brasil. A organização determinará quais serão as regras, os prêmios e quem vai ser a comissão julgadora.

Além disso, há pedidos ainda informais por parte da futura obra do Metrô da linha 19-Celeste para utilizar parte do terreno do Bixiga para instalar o canteiro de obras. A linha ligará Guarulhos ao Anhangabaú.

Fonte: G1

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