Brasil Cid diz que Braga Netto e Wajngarten tentaram obter ilegalmente conteúdo de depoimentos Redação21 de fevereiro de 2025019 visualizações O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse que o ex-ministro general Braga Netto e o advogado Fabio Wajngarten tentaram obter informações privilegiadas sobre os primeiros depoimentos que ele prestou no âmbito do acordo de delação premiada com a Polícia Federal (veja no vídeo acima). Segundo Cid, ambos fizeram contato com familiares dele, incluindo a esposa e o pai. A informação consta em vídeo gravado em 5 de dezembro de 2024, durante outro depoimento prestado pelo tenente-coronel à PF. ➡️O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tornou públicos vídeos da delação premiada de Cid nesta quinta-feira (20). Contudo, a gravação que implica Braga Netto e Fabio Wajngarten, que foi secretário de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), só foi disponibilizado pelo STF nesta sexta-feira (21) — embora não estivesse mais sob sigilo. ➡️A transcrição desse mesmo depoimento já tinha sido divulgada nesta quarta-feira (19), quando Moraes derrubou o sigilo do documento sobre o caso. “Fazia um contato com o meu pai [general Mauro Lourena Cid], tentavam ver o que eu tinha, se realmente eu tinha colaborado, porque a imprensa estava falando muita coisa, ele não era oficial, e tentando entender o que eu tinha falado”, prosseguiu. A defesa de Braga Netto, inclusive, pediu oficialmente ao STF acesso ao teor da delação premiada — o que foi negado pela Corte. Cid citou ainda o nome do ex-secretário de Comunicação da Presidência entre as pessoas que tentavam conseguir os dados. “Outros que tentaram fazer contato com meu pai foi o Fabio Wajngarten. Ele tentou até ligar para minha esposa também, eu acho, para saber o que eu tinha falado”, afirmou o tenente-coronel. Questionado se Wajngarten também tinha feito contato com o general Mauro Lourena Cid, pai dele, Mauro Cid respondeu positivamente. “Isso, isso. Para entender o que eu tinha falado, como estava funcionando o acordo de colaboração”, responde o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. 🔎 Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro ao longo de quase todo o mandato. Ele firmou delação premiada com a Polícia Federal para prestar informações em diversos inquéritos, incluindo o da tentativa de golpe de Estado. 🔎 Na terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República denunciou Jair Bolsonaro e outros 33 suspeitos de terem arquitetado uma tentativa de golpe entre 2021 e janeiro de 2023 para impedir a derrota de Bolsonaro nas urnas e a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. 🔎 O sigilo da delação de Mauro Cid foi derrubado pelo relator dos inquéritos, Alexandre de Moraes, nesta quarta. Sigilo derrubadoO ministro derrubou na quarta (19) o sigilo do acordo de delação premiada firmado em 2024 pela Polícia Federal com o tenente-coronel. Na mesma decisão, Moraes abriu prazo de 15 dias para que os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República nesta terça-feira (18) apresentem suas defesas por escrito. Com a decisão, o conteúdo dos depoimentos de Mauro Cid se tornaram público. A derrubada do sigilo tinha sido adiantada pelo jornalista César Tralli, da TV Globo, no início da manhã de quarta. “Ocorre que, no presente momento processual, uma vez oferecida a denúncia pelo procurador-geral da República, para garantia do contraditório e da ampla defesa […] não há mais necessidade da manutenção desse sigilo, devendo ser garantido aos denunciados e aos seus advogados total e amplo acesso a todos os termos da colaboração premiada”, diz Moraes. O acordo previa que Cid desse detalhes aos investigadores sobre suspeitas de crimes cometidos por ele e por pessoas em seu entorno ao longo do governo – em investigações como a da tentativa de golpe de Estado, das joias trazidas da Arábia Saudita e da suposta fraude nos cartões de vacinação, por exemplo. Se as informações prestadas por Cid forem confirmadas pela investigação, ele pode receber benefícios como a redução da pena e o cumprimento de condenações em regime aberto, por exemplo. Fonte: G1