Com traços de Diniz, Cruzeiro confirma vaga e ganha fôlego para iniciar novo trabalho

por Redação

O Cruzeiro fez o que tinha que ser feito na estreia de Fernando Diniz. Confirmou a vaga diante do Libertad, com Mineirão cheio, e ganhou respiro para o novo técnico iniciar uma nova fase de trabalho na Toca da Raposa. O empate por 1 a 1 já teve pequenos traços do comandante.

A situação do Cruzeiro para ir às semifinais da Conmebol Sul-Americana estava encaminhada com a vitória por 2 a 0, em Assunção. Além da ambição do clube e da torcida por avançar em um torneio continental, a troca no comando técnico também tornou o ambiente ainda mais favorável no Mineirão.

Fernando Diniz, como lhe é característico em inícios de trabalhos com temporadas em andamento, não fez mudanças drásticas, mas pontualmente colocou situações que fazem parte do que ele pensa da maneira de jogar futebol. O time foi o mesmo, em peças, e com estratégia bem parecida, mas com acabamentos um pouco diferentes.

O primeiro e mais notável foi a busca por um jogo curto, com associações dos jogadores em espaço reduzido desde o início da construção nos pés de Cássio. Não que Fernando Seabra seja um técnico que priorize ligações diretas, mas Diniz busca ter mais compactação com a bola no pé, passando rapidamente entre os companheiros.

O Cruzeiro teve algumas dificuldades neste aspecto, assim como era de se esperar em função de apenas dois dias de trabalho na Toca da Raposa. Houve erros em passes forçados de forma desnecessária, principalmente no meio, mas o balanço total acabou sendo positivo, especialmente no que diz respeito à participação maior de Cássio, dos dois zagueiros e do lateral Marlon.

E essa compactação para iniciar as jogadas também foi vista no setor ofensivo, com triangulações rápidas e muita movimentação de Kaio Jorge, que saiu da área e teve boas conexões com os homens de frente, abrindo espaço para infiltrações dos companheiros, especialmente Gabriel Veron e Lautaro Díaz.

O argentino, inclusive, também fez parte das mudanças iniciais sutis de Fernando Diniz. Normalmente, Lautaro vinha atuando pela faixa esquerda do campo, e nessa quinta apareceu pela direita. Além disso, ficou visível o quanto tentou se aproximar mais de Kaio Jorge, surgindo por vezes como segundo atacante e dando “peso à área”. Fez bom jogo.

Outro com mais movimentação foi Matheus Pereira. Com Seabra, já tinha liberdade para se aproximar dos volantes e iniciar a construção, mas na estreia de Diniz conseguiu, além disso, boas tramas pelos dois lados e foi mais ativo para ajudar na marcação. O jogo de associação privilegia Matheus, que é inteligente e sabe tocar rápido.

Em termos de desempenho coletivo, o Cruzeiro conseguiu controlar bem o Libertad até a expulsão de Lucas Romero, no segundo tempo. Fez um gol cedo, ganhou ainda mais tranquilidade no agregado e teve oportunidades até para matar de vez, com dificuldades naturais em um início de trabalho.

No fim, é verdade, sofreu mais sustos do que deveria, mas em situação muito condicionada ao vermelho do capitão. Cássio apareceu quando precisou, e a trave também ajudou que os minutos finais não virassem drama. No fim, o empate acabou justo, passando o melhor time do agregado.

Como dito, o jogo teve somente traços de Fernando Diniz. E nem deveria ter algo além disso. Treinador e jogadores conquistam o primeiro objetivo juntos, o que é fundamental para dar tranquilidade em um início de trabalho e em um projeto em construção.

O treinador seguirá com pouco tempo de treino para pegar Vasco e Fluminense, mas terá uma pausa de Data Fifa, daqui a uma semana, para implementar um pouco mais do que pensa nos treinamentos. O objetivo, até lá, é iniciar uma reação no Brasileiro para fincar os pés no G-6 novamente.

Fonte: GE

Leia também

Assine nossa Newsletter

* obrigatório