Segurança Como o PCC atua para garantir que a Cracolândia não acabe nunca Redação26 de agosto de 2024031 visualizações Uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) mostrou que agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) atuavam com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para transferir usuários da Cracolândia sob pedido de propina. Segundo as informações do MP, os GCMs espalhavam os usuários de droga para uma região de comércio, em seguida, extorquiam os lojistas a pagarem cerca de 50 mil reais por mês para retirá-los do local e migrarem, mais uma vez, para outra área de comércio. O Fantástico deste domingo (25) teve acesso, com exclusividade, aos detalhes dessa investigação, que mostram como o PCC se organizou e dominou toda a região central de São Paulo. São depoimentos em áudio e vídeo de testemunhas protegidas. O grupo criminoso também atuava em outras frentes para garantir a lucratividade da Cracolândia. Uma das testemunhas diz que integrantes da GCM – Guarda Civil Metropolitana – e um policial avisavam os traficantes das operações com antecedência. Outra ação acontece por meio da exploração da mão de obra dos dependentes químicos em ferros-velhos clandestinos. Testemunha: Esses ferros velhos são depósitos de esconderijo de drogas.Promotor: Você sabe se o crime, os criminosos aí, integrantes do PCC, foram comprando esses hotéis e prédios velhos aí na região?Testemunha: Sim, sim, sim.Os hotéis, por sua vez, funcionam como um “QG do crime” para armazenar as drogas. Uma região central para a milícia é a Favela do Moinho, que se tornou uma base do PCC e também serve como depósito de armas e drogas. O que dizem as partes envolvidasO guarda Antônio Carlos Oliveira nega, de forma veemente, as acusações. A defesa do GCM Elisson de Assis também alega inocência e diz que o agente “tem uma empresa de monitoramento. Essa empresa totalmente legal. Várias testemunhas confirmam que são clientes da empresa dele e que nunca foram coagidas a contratar a empresa”. Já o advogado da agente Renata Scorsafava diz que “ela sempre trabalhou no serivço administrativo” e “nunca teve envolvimento direto e indireto com essa questão de milícia”. A Prefeitura de São Paulo disse que “desconhece a atuação de milícias na cidade” e que “repudia qualquer tentativa de uso do episódio para comprometer a credibilidade da corporação” e que apura “eventual enriquecimento ilícito por parte dos agentes públicos municipais”. Fonte: fantástico