Saúde ‘Costuraram a minha artéria no meu ureter’: vítima de violência obstétrica diz que médica postou seu vídeo como ‘exemplo’ de parto humanizado Redação23 de abril de 2025021 visualizações O Fantástico deste domingo (20) mostrou histórias de violência em partos realizados pela médica influencer Anna Beatriz Herief. A obstetra teve o registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro. Ela nega as acusações. Em um dos relatos, a nutricionista Roberta Rodrigues Mendes contou que precisou passar por uma cesariana de emergência. Durante o procedimento, uma artéria foi costurada ao ureter — estrutura que liga o rim à bexiga. Depois de sair do hospital, as dores que ela sentia continuaram e ainda pioraram: “Parece que a minha costela está quebrada, eu tinha dificuldade para respirar”, contou. Poucos dias depois, de volta ao hospital, uma tomografia revelou o que aconteceu durante a cirurgia. “Costuraram a minha artéria no meu ureter, né? Ureter é onde liga o rim à bexiga. Então, ali foi costurado. Eu sinto dores e são coisas que vou carregar pra sempre”, diz a vítima. A defesa de Roberta contratou um perito médico, o obstetra Ivo Costa Júnior. Ele diz no parecer que a cesariana dela foi marcada por demora, duração atípica, significativa perda sanguínea, erro cirúrgico com lesão do ureter, falta de comunicação e indícios de negligência, imprudência e imperícia por parte da equipe médica. A médica diz que o que aconteceu está dentro dos riscos do parto. Consequências das denúnciasNo ano passado, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro suspendeu a médica por seis meses. A interdição foi renovada na última terça-feira por mais seis meses, enquanto o processo de cassação do registro continua. A advogada Roberta Milanez, que defende as vítimas, diz que quer a reparação por danos morais e materiais. A defesa da médica negou as acusações. “Não há que se falar em nenhum aspecto de negligência e imprudência em perícia que possa eventualmente configurar qualquer descuido por parte da doutora em relação aos partos que ela conduziu profissionalmente”, afirma Matheus Chiocheta, advogado da dra. Beatriz A Federação Nacional das Associações de Ginecologia e Obstetrícia enfatiza que o parto normal é o mais seguro e o mais recomendado na grande maioria dos casos. Fonte: FANTÁSTICO