Deolane Bezerra passa noite em cela reservada após ser presa em operação contra lavagem de dinheiro e jogos ilegais

por Redação

A empresária e influenciadora digital Deolane Bezerra, presa numa operação contra uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais, passou a noite na Colônia Penal Feminina, localizada no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife. Um habeas corpus da defesa de Deolane foi negado na quarta-feira (4) (veja vídeo acima). Nesta quinta-feira (5), a influenciadora vai passar por audiência de custódia. Ainda não se sabe se acontecerá de forma virtual ou presencial.

Na manhã desta quinta-feira (5), foi reforçado o esquema de segurança em frente ao local, com policiais da Grupo de Operações de Segurança da Polícia Penal de Pernambuco.

Segundo a Secretaria de Ressocialização de Pernambuco informou que, por conta da repercussão do caso, foram tomadas algumas medidas de segurança dentro da penitenciária, para garantir a integridade física da empresária. Deolane Bezerra e a mãe dela, Solange Alves Bezerra, estão em cela reservada.

No início da noite, uma equipe da TV Globo presenciou a chegada de colchões novos e ventiladores à colônia penal.

Na noite da quarta (4), duas irmãs da advogada chegaram à unidade prisional para visitar a irmã e a mãe, que foi presa junto com a filha. Dayanne e Daniele Bezerra foram impedidas de entrar porque estavam fora do horário de visita.

As irmãs, que pegaram um voo de São Paulo para o Recife na tarde da quarta (4), foram orientadas a retornarem nesta quinta (5). Deolane e a mãe foram presas numa operação contra uma quadrilha suspeita de lavagem de dinheiro e jogos ilegais e estão em celas reservadas.

Na Colônia Penal, as duas irmãs foram recebidas por fãs de Deolane que estavam no local, aos gritos de “justiça”, “deixa a família entrar” e “vai dar certo, mulher”. Quando a equipe da TV Globo estava no local, por volta das 17h50 desta quarta, chegaram dois colchões lacrados e dois ventiladores.

A defesa de Deolane fez um pedido de habeas corpus, alegando ilegalidade da prisão preventiva, mas o desembargador Cláudio Jean Nogueira Virgínio, da 12ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), determinou a redistribuição do pedido para o desembargador Eduardo Maranhão, da 4ª Câmara, para que ele faça a análise.

Mais cedo, Dayanne Bezerra fez uma postagem nas redes sociais afirmando que irá “provar mais uma vez a inocência da nossa irmã e da nossa mãe”.
A terceira fase da operação “Integration” foi deflagrada nesta quarta-feira para cumprir 19 mandados de prisão;
Entre os presos, estão a advogada e influenciadora Deolane Bezerra e a mãe dela, Solange Bezerra. Entretanto, não foi divulgada qual seria a participação delas nos supostos crimes nem os nomes dos outros alvos;
Deolane estava em viagem com a família quando foi presa, em um hotel no bairro de São José, na região central do Recife;
Em uma carta divulgada após a prisão, ela negou participação em crimes;
Também foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão, cumpridos em seis estados: Goiás, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco e São Paulo.
Como funcionava o esquema
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP):

Cerca de R$ 3 bilhões foram movimentados por quadrilha que usava empresas de eventos e casas de câmbio para lavar dinheiro de jogos ilegais;
Esse valor foi movimentado de janeiro de 2019 a maio de 2023 em contas correntes, em aplicações financeiras e dinheiro em espécie, provenientes dos jogos ilegais;
A quadrilha usava empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros para lavagem de dinheiro por meio de depósitos e transações bancárias;
O dinheiro era lavado por meio de depósitos fracionados em espécie, transações bancárias entre os investigados com saque imediato do montante, compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da compra de centenas de imóveis;
Os investigadores identificaram transações atípicas de pessoas físicas e jurídicas, que indicam indícios de crimes financeiros, sem nenhum suporte para as transações comerciais e financeiras feitas pelo grupo;
A maioria dos integrantes tem padrão de vida incompatível com a renda e bens declarados.
A investigação
A investigação contou com a participação das Polícias Civis dos estados em que houve cumprimento de mandados e até mesmo da Interpol;
A apuração dos crimes começou em abril de 2023, a partir da apreensão de R$ 180 mil em espécie em 1º de dezembro de 2022;
A operação “Integration” é a terceira fase da operação contra o grupo criminoso, mas detalhes não foram divulgados detalhes sobre as outras duas etapas;
Uma das empresas que está sendo investigada pela operação é a plataforma de apostas online Esportes da Sorte, que patrocina times de futebol como o Corinthians, Athletico-PR, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Ceará, Náutico e Santa Cruz. Em nota, a empresa disse ter compromisso com a verdade e com o cumprimento de seus deveres legais.

De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, também foi decretado o sequestro de bens dos alvos da operação. Entre os itens apreendidos, estão:

11 relógios da marca “Rolex”;
2 helicópteros;
1 avião, que pertence ao cantor Gusttavo Lima;
Carros de luxo, sendo um na mansão de Deolane Bezerra;
Embarcações;
Imóveis;
Joias;
Notas de dinheiro em euro e dólar;
Bolsas de luxo;
Garrafas de vinho (cada uma delas avaliada em torno de R$ 5 mil).
O que dizem Deolane e a Esportes da Sorte
O escritório da advogada Adélia Soares, que defende Deolane e Solange, publicou uma nota nas redes sociais em que diz que a investigação é sigilosa e que a empresária está à disposição das autoridades. Já em carta publicada no Instagram, a influenciadora afirmou que está sofrendo “uma grande injustiça” e que ela e a família são vítimas de preconceito.

Também procurada, a Esportes da Sorte disse, por meio de nota, que:

Ratifica o compromisso com a verdade, “com o jogo responsável e, principalmente, com o cumprimento de todos os seus deveres legais”;
A casa de apostas está “de portas abertas” para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar “apoio irrestrito” a qualquer ação investigatória;
Atua sempre com transparência e está sem acesso aos autos do inquérito e às razões da ação policial;
Já o advogado Pedro Avelino, que representa o dono da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, disse, em entrevista à TV Globo, que precisa entender o contexto da operação e que o cliente se colocou à disposição da autoridade policial há mais de um ano e meio.

Fonte: G1

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