Declarações do deputado estadual Ricardo Arruda (PL) sobre as roupas da deputada Ana Júlia (PT) provocaram reações da bancada feminina e de oposição da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O caso aconteceu em plenário, na primeira sessão da semana.
O comentário de Arruda veio após a deputada Ana Júlia apresentar um pedido para que ele fosse substituído na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por excesso de faltas.
Segundo Ana Júlia, após o pedido, o deputado criticou as vestimentas dela e disse que ela parecia estar no diretório acadêmico de uma universidade.
Para a deputada, o caso se trata de violência política de gênero. Ela falou sobre o assunto na tribuna da Alep na segunda-feira (7).
Ricardo Arruda rebateu e disse que a crítica teve como alvo o comportamento da deputada.
A líder da bancada feminina, deputada Mabel Canto (PSDB), também se manifestou. Disse que a colega de bancada se veste adequadamente e que Arruda não tem propriedade para falar sobre a vestimenta de uma deputada estadual.
Em entrevista à RPC, Ricardo Arruda disse que a fala foi por questão de formalidade e que foi “bobeira”. Ele também pediu desculpas e, ao ser questionado se mantém a opinião, disse que “não acha mais nada”.
Faltas consecutivas na CCJ
O atrito entre os deputados teve origem em um requerimento apresentado por Ana Júlia à Mesa Diretora, no qual aponta que Ricardo Arruda faltou a três sessões consecutivas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sem justificativa.
De acordo com o regimento interno da Alep, essa conduta pode acarretar a perda da vaga na comissão.
Arruda alegou que justificou as ausências verbalmente ao presidente da CCJ. Contudo, o presidente da CCJ, o deputado Ademar Traiano (PSD), disse que não recebeu as justificativas.
O presidente da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PSD), abriu prazo de cinco dias para que Ricardo Arruda apresente a defesa.
A decisão sobre a permanência ou não do deputado na CCJ deve ser anunciada na próxima semana.
Fonte: G1