Diabo, ‘bomba’, teorias conspiratórias: Relembre momentos marcantes da Assembleia Geral da ONU, que começa nesta terça

por Redação

“O diabo esteve aqui, sinto cheiro de enxofre”.

A frase, dita pelo então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é uma das mais polêmicas e também conhecidas da sessão anual da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), quando líderes dos 193 países membros da organização se reúnem para discursar.

A sessão deste ano, a 79ª da história da ONU, começa nesta terça-feira (24), sob a sombra da iminência de uma nova guerra no Oriente Médio, entre Israel e o Hezbollah, e os avanços das mudanças climáticas.

Ao longo dos anos, as tensões provocadas por conflitos em vigor, rivalidades no quadro geopolítico mundial e ditaduras provocou momentos inusitados durante discursos. Relembre, abaixo, alguns deles:

Chávez chama George W. Bush de diabo
O ano era 2006, e os Estados Unidos e a Venezuela viviam um dos momentos mais tensos nas relações entre os dois países, capitaneados pelos dois líderes na época: Hugo Chávez e George W. Bush.

Chávez acusava Bush de ter apoiado a tentativa de golpe de Estado frustrado na Venezuela, em 2002.

Na sequência, ele fez o sinal da cruz e completou: “neste mesmo lugar, ainda cheira a enxofre”.

Fidel Castro e o discurso mais longo
Já conhecido por pronunciamentos intermináveis, o então líder cubano, Fidel Castro, abriu seu discurso na Assembleia Geral da ONU em 1960 garantindo que, apesar da fama, não demoraria.

A promessa não foi cumprida: ele falou por mais de quatro horas e meia, no discurso que ficou marcado como o mais longo da história da Assembleia Geral.

Atualmente, as falas não costumam passar de uma hora e meia de duração, nos casos mais longos.

Trump chama Kim de ‘homem-foguete’

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump não economizou suas tradicionais falas polêmicas ao discursar pela primeira vez na Assembleia Geral da ONU, em 2017.

Em tom agressivo e ameaçador, disse que, se não tivesse escolhe, “destruiria completamente” o país de Kim Jong-un, a quem chamou de “homem-foguete”.

Netanyahu e a réplica de bomba

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atualmente um dos centros das atenções por conta de sua guerra em Gaza e da escala de ataques no Líbano, também protagonizou um dos momentos mais marcantes da Assembleia da ONU.

Em 2012, ele levou para seu discurso um cartaz com a réplica de uma bomba. A ideia era defender sua tese de uma iminência de que o Irã, um dos principais rivais de Israel, criasse sua arma nuclear.

O alerta, no entanto, acabou virando motivo de piada à época, por conta de um gráfico simples desenhado dentro da “bomba”.

Kadhafi ‘joga fora’ Carta da ONU
Em 2009, o ex-ditador da Líbia Muammar Kadhafi escolheu fazer uma dura crítica à própria ONU em seu primeiro discurso na Assembleia Geral.

Khadafi, que comandou a Líbia por 42 anos e mais tarde foi alvo de denúncias pela ONU por violação dos direitos humanos em seu país, usou a maior parte dos 100 minutos de seu discurso para criticar o Conselho de Segurança da ONU, do qual a Líbia tinha assento temporário.

No meio do discurso, pegou uma cópia da Carta da ONU, o tratado que estabeleceu as Nações Unidas, e a jogou no chão, por trás de seu ombro.

Ahmadinejad e a teoria da conspiração sobre o 11/09

O polêmico Mahmud Ahmadinejad, então presidente do Irã e que ameaçava constantemente o Ocidente com armas nucleares, protagonizou a maior polêmica da sessão da Assembleia Geral em 2010.

Ele afirmou que o atentado contra as torres gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001, foi na verdade causado por um complô dos Estados Unidos, amplificando uma teoria da conspiração de que o Pentágono estava por trás dos ataques, reivindicados pelo grupo terrorista Al-Qaeda.

Como reação, delegações inteiras de diversos países, como a do Reino Unido, da União Europeia, além, é claro, dos Estados Unidos, abandonaram a sessão durante o discurso do iraniano.

Os Estados Unidos qualificaram as palavras de Ahmadinejad de “detestáveis e delirantes”.

Fonte: G1

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