São Paulo Segurança Diretor do Deic e delegado de SP são afastados após serem citados em delação sobre corrupção policial; deputado foi mencionado Redação20 de dezembro de 2024029 visualizações Dois delegados de São Paulo foram afastados preventivamente pelo governo estadual após terem seus nomes citados na delação premiada que Vinicius Gritzbach deu ao Ministério Público (MP) sobre o envolvimento de policiais civis corruptos com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Além deles, um deputado que também é delegado foi mencionado pelo empresário na denúncia que ele fez sobre corrupção policial antes de ser assassinado no mês passado (saiba mais abaixo). As informações sobre os delegados citados foram divulgadas na quinta-feira (19) pelo SBT. Nesta sexta-feira (20), a TV Globo, a GloboNews e o g1 apuraram que eles foram afastados. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) foi procurada para comentar o assunto, mas não se pronunciou até a última atualização desta reportagem. Gritzbach era empresário do ramo imobiliário, lavava dinheiro para policiais e membros da facção criminosa. Por esse motivo, ele também era investigado pelas autoridades por corrupção. Os delegados afastados são Fabio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com sede na capital, e Murilo Fonseca Roque, de uma delegacia de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Além dos dois policiais civis, o deputado estadual Antônio Olim (PP), foi citado na delação de Gritzbach. Olim é delegado, mas já estava afastado da Polícia Civil por causa do cargo político que exerce. De acordo com fontes da equipe de reportagem, as autoridades da força-tarefa criada pelo governo investigam se os três delegados cometeram alguma ilegalidade. Eles responderão em liberdade. O que dizem os citados Procurados pela equipe de reportagem, Fabio e Olim negaram ter cometido qualquer irregularidade nas funções de delegados. Murilo não foi encontrado para comentar o assunto. “Dessa forma, ou o empresário faltou com a verdade para obter vantagens em seu acordo de delação premiada, ou foi enganado pelo mencionado advogado”, informou Fabio por telefone. De acordo com o policial, Gritzbach foi investigado pelo Deic e indiciado por lavagem de dinheiro. “Recebo, com veemente indignação, notícias acerca do meu nome e de outras honradas autoridades com fatos nebulosos, imprecisos e improvados, os quais não guardam qualquer relação com a realidade. Não conheço, nunca estive ou recebi pessoalmente, o senhor Vinicius Gritzbach. Não mantive qualquer contato próximo ou mediato com essa pessoa. Nunca intermediei ou atuei pela gestão de procedimentos judiciais ou extrajudiciais a respeito dele, quem só soube existir quando do seu homicídio, publicamente divulgado, no aeroporto de Guarulhos”, informa trecho da nota divulgada à imprensa por Olim. “Repudio e expresso a minha cabal indignação ao uso de meu nome de forma vil, gratuita e indevida. Não recebi nenhuma notificação oficial a respeito desses fatos, e sigo absolutamente sereno com relação a esse episódio, sobre o qual haverei de me posicionar, cobrando das autoridades os esclarecimentos e demandando as responsabilidades devidas, no momento e nas vias apropriadas para fazê-lo”, continua o deputado no seu comunicado. Outros policiais foram delatados Mais sete policiais também foram delatados por Gritzbach por suspeitas de corrupção e envolvimento com o PCC. Seis deles estão presos, incluindo outro delegado, e um está foragido. As prisões foram feitas nos últimos dias pela Polícia Federal (PF) em ação conjunta com o MP. São eles: o delegado Fábio Baena, os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, o “Du”, Marcelo Roberto Ruggieri, o “Xará”, Marcelo Marques de Souza, o “Bombom”, Valmir Pinheiro, o “Bolsonaro” e o agente policial Valdenir Paulo de Almeida, o “Xixo”. O agente da Polícia Civil, Rogério de Almeida Felício, o “Rogerinho Punisher” fugiu e não foi preso. Também foram presos pela PF o advogado Ahmed Hassan Saleh, o “Doutor Mudi”, e os empresários Ademir Pereira de Andrade e Robinson Granger de Moura, o “Molly”. Assim como os policias, eles acabaram delatados por Gritzbach. Eles são suspeitos de lavagem de dinheiro e elo com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ainda de acordo com a investigação, parte do grupo movimentou junto ao menos R$ 72 milhões de maneira ilegal nos últimos cinco anos. Fonte: G1