Diversidade de cursos do Conservatório impacta na formação de crianças, jovens e adultos

Iniciação musical de crianças, vivência musical para pessoas com deficiência e práticas de conjuntos para músicos de diferentes instrumentos são algumas das possibilidades de aprendizagem e estudo oferecidas pelo Conservatório Municipal de Guarulhos. Até esta sexta-feira (10) a instituição está com inscrições abertas para os cursos livres de música destinados gratuitamente a crianças a partir dos dez anos, jovens e adultos, com ou sem conhecimentos musicais prévios.

De acordo com o maestro Fábio Bonvenuto, coordenador do núcleo de inclusão musical do conservatório, os cursos livres foram desenhados de forma a contemplar as principais demandas da comunidade atendida pelo conservatório, o que explica a variedade de grupos musicais.

“Nesse período os cursos livres objetivam a prática em conjunto. Em sua maioria, são grupos que se dedicam à pesquisa de música antiga e de repertório, e muitos deles abrem espaço para que novos arranjadores possam experimentar suas composições, compartilhando-as com o grupo em execuções coletivas repletas de aprendizagem e entusiasmo”, explica o maestro.

Além dos cursos livres, abertos à comunidade, a oferta do Conservatório de Guarulhos também conta com cursos regulares, destinados àqueles que desejam seguir carreira profissional na área da música. As aulas acontecem em grupos, em orquestras, corais e bandas, além de atividades de música de câmara, prática de conjunto e especialização.

Ambiente acolhedor

Bonvenuto também coordena a banda Música do Silêncio, grupo formado por pessoas com e sem deficiência que tem como finalidade propiciar um espaço de vivência musical aos participantes. “Trata-se de um ambiente acolhedor, que permite ao educando desenvolver suas habilidades musicais por meio de formação técnica musical”, explica o maestro.

Outro grupo que acolhe e desperta o gosto de seus participantes pela música é o Primeiras Notas. Coordenado pela professora Vaneska Barros, ele promove a socialização por meio da iniciação musical de crianças de sete a dez anos com vontade de aprender instrumentos como xilofone, flauta doce, violino, violoncelo, guitarra, baixo, bateria, entre outros.

“Valorizamos o desejo da própria criança de aprender música e tocar um instrumento. Quando os jovens procuram o Conservatório eles trazem um sonho musical dentro de si e conseguem se imaginar tocando um instrumento. Por isso as vivências em sala são essenciais para que possam experimentar esse sonho, uma felicidade que fica evidente no olhar de cada uma das crianças quando tocam um instrumento pela primeira vez ou quando conseguem tirar uma melodia”, pontua Vaneska.

Para ampliar ainda mais o desenvolvimento da socialização, da coordenação motora, da percepção musical e do aprendizado da linguagem musical de forma lúdica, o Conservatório promove apresentações musicais periódicas com os alunos, fundamentais também para a formação musical do público guarulhense. As apresentações costumam acontecer tanto no auditório do Centro Municipal de Educação e Artes (Cemear) e no Teatro Adamastor quanto no Teatro Padre Bento e em outros equipamentos públicos da cidade.

Práticas de conjunto

Dentre os objetivos da Guarulhos Pops Orchestra, grupo coordenado pelo professor Epitácio Rodrigues, está a troca de experiências entre os integrantes da equipe. De acordo com o professor, que leciona na instituição há 20 anos, a junção de pessoas com diferentes níveis artísticos e as apresentações públicas e eventos com a participação de alunos do Conservatório são o diferencial da instituição, pois oferecem ao público uma experiência musical única e rico recorte do trabalho de professores e alunos.

“No ensino coletivo trabalhamos simultaneamente vários naipes, com instrumentos de diversas famílias, cordas, sopros e percussão, cada qual com suas especificidades. O trabalho coletivo harmoniza e permite que todos que estão ali possam contribuir, somar e aprender uns com os outros”, explica Rodrigues. O professor enfatiza ainda que a Guarulhos Pops Orchestra surgiu com a intenção de unir o setor erudito ao popular.

Pessoas interessadas em vivências práticas e conhecimentos sobre a formação de conjuntos têm ainda outras opções de cursos sobre diferentes gêneros, do samba ao jazz, passando por rock, blues e música brasileira. O Guitar Fusion, por exemplo, é um projeto que promove a integração entre os alunos de guitarra coordenado pelos professores Pedro Esteves e Armando Leite. Já no Cordas, pra que te quero!, o professor Victor Castellano oferece conhecimento básico e aprimoramento no domínio da técnica de execução do violão em aulas coletivas, com repertório popular e clássico.

No Caminhos da Percussão, sob coordenação do professor Ricardo Barreto, é possível desenvolver habilidades musicais e as principais técnicas dos instrumentos de percussão e a formação de naipes de percussão, respeitando as necessidades das grades rítmicas de acordo com sua tradição e história.

Em meio aos grupos também é possível encontrar o trompete.com.br, coordenado pelo professor Roberto Gastaldi, que desenvolve noções de rítmica por meio de diversos gêneros musicais, o Guarucellos, coordenado pelo professor Fábio Pelegatti, que tem como foco a interpretação, a execução e os aspectos técnicos do violoncelo, e o grupo Almanaque, que objetiva difundir a riqueza da música popular brasileira em suas variadas manifestações.

O maestro Marcelo Mendonça coordena a Banda Sinfônica e a Big Band do Conservatório, grupos para instrumentistas com grau técnico elevado e que contribuem para o enriquecimento artístico musical da comunidade.

Música de câmara

Os grupos de música de câmara preparam os alunos para a atividade musical em solo e em conjunto, essenciais para sua atuação profissional. O maestro Celso Franchini coordena os grupos Solos e Cameristas, destinado a alunos de piano, e Prática de Música de Câmara, do qual participam alunos de canto, piano, cordas (violino, viola, violoncelo e contrabaixo), sopros (flauta, clarineta, trompete), violão e percussão. O repertório abrange períodos dos séculos XVII ao XX e é montado de acordo com a configuração dos participantes e seus respectivos níveis técnicos.

“Além de um trabalho didático, atuamos na construção desse repertório com autores e peças diferentes, algo mais definido em termos estilísticos, que amplia a visão do estudante. Os olhos dos alunos brilham diante da possibilidade de tocar em duo ou trio, porque isso é muito importante para sua formação, tanto técnica quanto emocional. Ao tocar com outros instrumentistas os alunos se obrigam a ter maior controle em relação ao resultado final da peça e têm a facilidade de conhecer outros instrumentos e demais peças”, observa o maestro Franchin.

Em meio aos cursos livres voltados à música de câmara também é possível encontrar o Cordas da Capo, coordenado pelo professor Eduardo Maueski, que favorece práticas de conjunto para iniciados nos instrumentos de cordas friccionadas por meio de uma orquestra de câmara, com violino, viola e violoncelo.

Cultura popular

Com a ampliação da oferta dos cursos do Conservatório em 2015, a instituição passou a oferecer também cursos de música popular com linguagens diferenciadas, que hoje convivem em plena harmonia no calendário de cursos. Dentre eles está o Afina Toeira, grupo coordenado pelo professor Zé Helder que tem como foco a prática de música regional, típica do universo da viola caipira.

Outro grupo que chama a atenção de quem procura a instituição é o Estudando o Samba, turma coordenada pelo professor Ronaldo Gama que faz a análise do gênero e seus subgêneros. O grupo se caracteriza por ser um terreno fértil para fomentar as possibilidades da música popular brasileira a partir regras que não estão pré-estabelecidas como na música erudita.

O professor Jota Gê Alves, coordenador da Roda de Choro do Samuka, conta que o grupo é formado por músicos das comunidades do choro e do samba e tem como objetivo a apreciação histórica do gênero choro, além do reconhecimento dos principais compositores e prática de repertório.

“As apresentações públicas dos grupos do Conservatório são o grande alto-falante desse trabalho porque elas têm o potencial de trazer o público interessado em participar. Então, qualquer pessoa que goste do gênero, que tenha escutado uma valsa ou conheça a música Carinhoso, do Pixinguinha, vai encontrar na prática de grupo um repertório variado, que vai inseri-la nesse contexto e despertar o desejo pelo aprendizado”.

A oferta desses grupos dialoga com o fato de Guarulhos ser a segunda maior cidade em número de migrantes nordestinos no país, conforme dados do IBGE de 2010, o que reúne grande variedade de manifestações da cultura popular, um legado cultural riquíssimo que, muito além da diversidade culinária, usos e costumes, ecoa e reverbera também na música.

Mais informações sobre os objetivos, público-alvo, datas e horários dos cursos podem ser obtidas no link https://bit.ly/cursosconservatorio.

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