Esporte Endrick rouba a festa por Mbappé. ‘Nunca vi igual’, resume Ancelotti. ‘Bobby’ promete ir além. Meta é ser titular ainda nesta temporada Redação18 de setembro de 2024035 visualizações A maior preocupação no início da temporada do Real Madrid tinha como foco dois nomes. Mbappé e Rodrygo. Para que a maior estrela do futebol francês, desejada há três anos, e finalmente contratada, atuasse, os jornalistas espanhóis apostavam que o brasileiro deixaria de ser titular. Endrick? Ah, o jogador que envolveu R$ 400 milhões do clube mais rico do mundo era uma grande aposta para o futuro. Ele teria de levantar a mão para o céu de não seguir os passos de Vinicius Júnior e Rodrygo, que tiveram de jogar no Real Madrid Castilla, time B, que disputa a Segunda Divisão. Montado para dar experiência a novos contratados. Para que mostrem se têm talento para ‘um dia’ atuar no time principal. Endrick, e seu empresário, Frederico Pena, bateram o pé. O atacante, que tinha proposta do PSG, não iria para Madri se fosse jogar no time B. O presidente Florentino Pérez consultou o técnico Carlo Ancelotti. E o treinador aceitou encaixá-lo no grupo. A ideia é que seria um reserva de luxo, iria aprendendo aos poucos como se joga na Europa, a pressão que é atuar no Real Madrid. Essa primeira temporada seria de paciência. De compor o elenco, viajar para a reserva em alguns jogos, ficar outros nas tribunas só assistindo às partidas, diante do recheado elenco bilionário do Real Madrid. Os jogadores ofensivos são impressionantes: Vinicius Júnior, Mbappé, Bellingham, Arda Güller, Rodrygo. Fora Brahim Díaz, que está contundido e volta em dezembro. O papel para Endrick era ser a última opção. E como caçula do elenco, os companheiros trataram logo de apelidá-lo como Bobby, para ironizar o fato dele dizer que um dos seus grandes ídolos é Bobby Charlton, estrela inglesa que jogou entre 1954 e 1975. Só que o brasileiro decidiu ir contra todas as expectativas. Nos treinamentos está indo melhor que os companheiros, mostrando efetividade, volúpia e personalidade. Ele entrou ontem aos 35 minutos do segundo tempo, contra o Stuttgart, no Santiago Bernabéu. O clube alemão mostrou coragem, de encarar o franco favorito A partida estava muito tensa, com a vitória parcial espanhola por 2 a 1. Buscava um improvável empate. Até que aos 50 minutos, a chance de um contragolpe do Real Madrid. Ele pegou a bola no campo ainda do Real Madrid. Disparou em velocidade. Do seu lado direito, Vinicius Júnior. Do esquerdo, Mbappé. Ele tinha um zagueiro pela frente. Lógico que todos no estádio e até o goleiro Nübel esperava o passe para um dos dois. Só que Endrick bateu forte da entrada da área. Surpreendeu a todos e quando Nübel foi para a bola, mal deu tempo de tocá-la antes que beijasse as redes. Mbappé nem correu na direção do brasileiro. Vinicius Júnior sorriu pelo atrevimento. Depois o francês deu um longo abraço no ex-palmeirense, que trata a todos no Real como parceiros. Eles estão aprendendo a respeitar seu futebol diferenciado. Depois, Endrick foi comemorar junto com a torcida, o 3 a 1 e a confirmação da vitória na largada da Champions. Jornalistas ficaram empolgadíssimos. E lembraram que ele se tornou o jogador mais jovem a marcar pelo Real Madrid não só na Champions, mas em qualquer competição internacional. Passou o cultuado Raúl. A reação de Carlo Ancelotti foi aplaudir. E confessar. “Ele é capaz de fazer coisas que ninguém imagina. Ele tem o dom com o qual os atacantes sonham, o dom de ser muito eficiente, decisivo. Você pode ver que ele tem algo especial, algo que eu nunca vi.” O gol rendeu mais 35 mil euros para o Palmeiras. Ele tem 25 milhões de euros, cerca de R$ 152 milhões, em bônus para atingir até junho de 2030. São gols, titularidade na Seleção, convocações, minutagem com a camisa do Real. Endrick está vivendo momentos incríveis. Surpreendendo seu estafe. Seus pais. E mostrando personalidade suficiente para enfrentar a mãe e casar com a namorada Gabriely, apesar de sua genitora dizer claramente que ele era jovem demais para o matrimônio. Se negou a ir ao Real Madrid B. Não aceitou o papel de menino coadjuvante, mero reserva dos reservas. A meta é ser titular do time. Quem vai sair é problema de Carlo Ancelotti. Diante de todo furor que está provocando na Europa, desde ontem, ele não deixou por menos. Mandou uma mensagem não só para os fãs, os jornalistas. Mas também para os companheiros de time que insistem em tentar ironizá-lo, chamando de Bobby. Ele se apresentou, para quem ainda não o conhece. “Prazer, Endrick…” Fonte: r7