Mundo Explosões em sequência de pagers de integrantes do Hezbollah matam 8 e ferem 2.750 no Líbano Redação17 de setembro de 2024026 visualizações Oito pessoas morreram e 2.750 ficaram feridas nesta terça-feira (17) após os pagers usados pelos membros do grupo armado libanês Hezbollah explodirem. Segundo a agência de notícias estatal do Líbano, os primeiros incidentes ocorreram nos subúrbios ao sul de Beirute, capital do país, um reduto do grupo armado apoiado pelo Irã, e depois seguiram em várias outras regiões. Cerca de duas horas após as explosões, o ministro da Saúde do Líbano, Firas Abiad, acusou oficialmente Israel pela ação coordenada, em uma entrevista coletiva. Pouco depois, em comunicado oficial, o Hezbollah reiterou a acusação e afirmou que “Israel vai ter a punição justa”. As Forças Armadas de Israel ainda não comentaram as acusações. De acordo com um canal israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deu ordens a seus ministros para não falarem sobre o que aconteceu no Líbano. Além disso, chefes de cidades e assentamentos no norte do país, onde fica a fronteira com o Líbano, teriam sido notificados pelo Comando da Frente Interna sobre a possibilidade de uma escalada nos conflitos. Antes da entrevista do ministro libanês, em outro comunicado oficial, o Hezbollah havia falado sobre três mortos por causa das detonações, sendo uma menina e dois de seus combatentes. Segundo fontes de segurança, o filho de um integrante do alto escalão é um deles. Dispositivos teriam sido hackeados Os pagers foram muito usados no Brasil nos anos 1990, antes da introdução do celular. Esses aparelhos usam transmissões de rádio para interligar um centro de controle de chamadas e o destinatário por meio de mensagens de texto. De acordo com a rede Al Jazeera, do Catar, os dispositivos do Hezbollah foram invadidos e hackeados. Os pagers foram incorporados pelo grupo depois que seu líder, Hassan Nasrallah, pediu aos combatentes, especialmente os que estão na linha de frente na fronteira com Israel, que parassem de usar smartphones, porque o país vizinho teria a tecnologia para se infiltrar nos aparelhos. Após o incidente desta terça, o governo libanês pediu que todos os cidadãos que possuem pagers joguem fora os dispositivos imediatamente, segundo a agência de notícias estatal do Irã Irna. Explosões duraram 1 horaA onda de explosões durou cerca de uma hora após as detonações iniciais, que ocorreram por volta das 15h45 no horário local. Imagens das câmeras de segurança de um supermercado em Beirute registraram o momento de duas dessas explosões: uma de um homem que pagava suas compras no caixa e outra perto de uma bancada de frutas. O centro de operações de crise do Líbano, órgão administrado pelo Ministério da Saúde, pediu a todos os profissionais que se dirigissem aos seus respectivos hospitais para ajudar a lidar com o grande número de feridos que chegam para atendimento de urgência. Um jornalista da Reuters relatou ter visto membros do Hezbollah sangrando devido aos ferimentos e ambulâncias correndo para atender várias emergências em meio ao pânico generalizado. A Cruz Vermelha Libanesa diz que mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas de emergência foram enviadas para ajudar na evacuação das vítimas. O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, é um dos feridos. Segundo a embaixada, ele sofreu ferimentos leves e está consciente. Um representante do Hezbollah que falou à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato disse que a detonação dos pagers é “a maior falha de segurança” a que o grupo foi submetido em quase um ano de guerra com Israel. Ramy Khoury, membro da Universidade Americana de Beirute, acredita que o evento foi “o mais perigoso” para o Hezbollah nos últimos anos. Fonte: G1