Fábrica clandestina de suplementos fechada em MG vendia produtos sem controle sanitário e movimentava milhões de reais, diz delegado

A fábrica clandestina de suplementos alimentares descoberta em Formiga, no Centro-Oeste de Minas, operava com uma movimentação milionária, vendendo produtos sem qualquer controle sanitário para diversas regiões do Brasil. Ninguém foi preso.

Segundo a Polícia Civil, foram apreendidos cheques de compras que variavam de R$ 1 mil a mais de R$ 10 mil por estabelecimento, com pedidos vindos de Minas Gerais, interior de São Paulo, Brasília e Bahia. A estimativa é de que a movimentação financeira ultrapasse R$ 1 milhão.

Além disso, muitos itens estavam com prazo de validade vencido, e rótulos falsificados informavam, de maneira enganosa, que os suplementos eram seguros até mesmo para diabéticos.

Além do crime contra as relações de consumo, a fábrica clandestina também representava uma ameaça à saúde pública.

Ao todo, 14 funcionários trabalhavam na fábrica, sendo a maioria sem treinamento adequado para a manipulação de suplementos. Relatos dos próprios funcionários indicam que a empresa já havia sido interditada anteriormente pela Vigilância Sanitária, mas continuava operando de forma clandestina.

Donos podem pegar até 15 anos de prisão
O casal proprietário da fábrica ainda não se apresentou à polícia e pode ter a prisão preventiva decretada a qualquer momento. Caso sejam presos, poderão responder criminalmente por dois crimes previstos no Código Penal:

Falsificação e adulteração de produtos alimentícios – Pena de 8 a 12 anos de prisão.
Falsificação e adulteração de produtos para fins terapêuticos ou medicinais – Pena de 10 a 15 anos de prisão.
A Polícia Civil, o Ministério Público e a Vigilância Sanitária trabalham para rastrear os pontos de venda e recolher os produtos das prateleiras antes que mais consumidores sejam prejudicados.

Como a fábrica foi descoberta
A investigação começou após a denúncia da mãe de um ex-funcionário da fábrica, que foi demitido sem receber seus direitos trabalhistas. A mulher enviou imagens do local ao delegado Emmanuel Robson Gomes, que percebeu graves irregularidades na produção.

“A qualidade do material produzido era insalubre. Pessoas de chinelo, sem luvas, chutando caixas. Achei muito estranho e procurei a Vigilância Sanitária para verificar a situação”, relatou.

Após confirmar que a fábrica já estava interditada, a Polícia Civil organizou uma operação conjunta para inspecionar o local.

“Nos deparamos com uma estrutura gigantesca de produção em um ambiente sujo, que não condiz com a qualidade esperada dos produtos que fabricavam”, afirmou o delegado.

Fonte: G1

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