Famílias inteiras morrem em deslizamentos de barreira no Grande Recife

por Redação

As fortes chuvas que atingiram Pernambuco no fim de semana causaram perdas que vão muito além de bens materiais, como mostram as imagens de casas caindo e carros submersos. Os mais atingidos foram moradores do Jardim Monte Verde, no limite entre o Recife e Jaboatão. Entre as vítimas, 91 até o momento, há relatos de quem perdeu uma família inteira em deslizamentos de barreiras e de quem busca familiares ainda desaparecidos.
“Eu só pensava em Deus, eu estava até a testa sufocado pela lama. Fui tentar salvar meus avós, minha mãe foi junto. Quando cheguei na casa dos meus avós, só escutei um estalo. Quando vi, a barreira engoliu tudo. Eu pensei que ia morrer, porque não conseguia respirar, porque a areia estava pressionando tudo.”
A aposentada Lucineia Maria Souza de Brito está em busca da irmã de Lucinalva Maria de Souza, uma das pessoas soterraras pelo deslizamento da barreira. “Eu só quero encontrar minha irmã. Que situação a da minha família, meu Deus. Que tragédia.”

Lucineia também relatou que perdeu outros familiares e que, desde então precisa de medicamentos.
O pedreiro Thiago da Silva perdeu dois filhos, a mãe, Alderice Maria da Silva, e a esposa, Jaidete Lima de França, no momento em que saiu de casa para pegar uma enxada, na 4ª Travessa Nossa Senhora do Amparo, na comunidade de Bola de Ouro, no Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes.

O homem também perdeu os filhos, Hadassa Lima da Silva e Felipe Gabriel Lima Farias, crianças de 2 e 4 anos, respectivamente.
O aposentado Genilson Sebastião está a procura do filho, da nora, da ex-esposa e do atual marido dela, que desapareceram em meio a escombros após o deslizamento de uma barreira também no Jardim Monte Verde.

O filho de Genilson, Wesley Sebastião da Silva, tem 26 anos e morava, junto com a companheira Udilane Maria, numa das casas atingidas pela barreira. A mãe de Wesley, Lucinalva Maria de Souza, e o companheiro dela, identificado apenas como Djalma, moravam em uma casa próxima.
“Faz dois anos que eu me mudei de lá, mas nasci e me criei em Monte Verde. Desde as 9h o pessoal está aqui no IML tentando liberar os corpos. Está um caos, muita burocracia, tem gente desde sexta-feira (20) aqui”, reclamou.

A vendedora Luana Lemos perdeu o primo Joseildo Antônio da Silva Filho, que morava em Alagoas e estava no Recife visitando a família. A rua em que eles estavam alagou e, tentando passar pela água, o rapaz levou um choque elétrico.

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